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Depois de gastança, tradição e dinheiro duelam na Europa

COPA DOS CAMPEÕES
Mais importante interclubes do continente começa com Real Madrid x Manchester City

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

O Real Madrid tem nove títulos europeus. O Manchester City disputa a Copa dos Campeões pela terceira vez.

Os espanhóis são os maiores vencedores do seu país. Os ingleses não são os campeões mais comuns nem de sua cidade. Craques como Di Stéfano, Ronaldo e Zidane vestiram a camisa branca. E é difícil encontrar no passado azul alguém cuja fama ultrapasse o Reino Unido.

Um abismo separa a importância histórica de Real Madrid e Manchester City. Mas, mesmo assim, os adversários de hoje na fase de grupos da Copa dos Campeões fazem o confronto mais esperado de toda a primeira fase.

Eles representam o choque entre dois modelos completamente diferentes de gestão, o que deve ser a maior característica desta temporada.

O Real é o clube de tradição imensa e que aprendeu a caminhar financeiramente com seus próprios pés.

O City é o time pequeno que cresceu graças ao aporte de um mecenas bilionário de um país periférico da bola e que parece não se assustar com os tempos de recessão.

O movimento dos novos-ricos começou há nove anos, quando o russo Roman Abramovich chegou ao Chelsea. E nunca foi tão forte.

O próprio clube londrino, que tinha um Inglês em toda a história, ganhou na temporada passada a Copa dos Campeões, enquanto o City, bancado pela família real de Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) faturou o título nacional após 44 anos de jejum.

A recém-fechada janela de transferências na Europa foi dominada por clubes que parecem ter dinheiro infinito. Quem mais gastou foi o Paris Saint-Germain, com dinheiro de um fundo esportivo do governo do Qatar, que levou à capital francesa Ibrahimovic e Thiago Silva, do Milan.

A contratação mais cara do ano também tem as caras do novo tempo. O Porto, duas vezes campeão europeu, mandou o brasileiro Hulk para o russo Zenit, financiado por uma companhia gigante de gás natural do país.

Seis dos sete maiores negócios da janela tiveram como comprador um dos novos-ricos. A maioria deles estará na Copa dos Campeões.

Até o Málaga, que já mostrou que o modelo tem problemas. Após gastar quase € 80 milhões em um ano e meio, um xeque do Qatar desistiu do projeto e vendeu seus principais jogadores.

Para tentar controlar os gastos excessivos, a Uefa instituiu um sistema chamado Fair Play Financeiro, que irá punir até com a exclusão de seus campeonatos os clubes que fechem com deficit.

As medidas não foram suficientes para incomodar os novos-ricos, que tentam, a partir de hoje, provar que tradição também se compra.

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