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Lúcio Ribeiro

Tudo bem

Tudo certo com o Palmeiras, e os amistosos da seleção têm agradado. Tirando que...

Está tudo bem com o Palmeiras, não sei por que o drama. O time já está na Libertadores 2013, tem um estádio ultramoderno sendo feito, o gerente de futebol promete que o time não vai ter um final triste no Brasileiro e o vice elogia a equipe por "correr e brigar" na derrota para o maior rival no clássico de domingo.

Tirando o fato de que o palmeirense acorda na segunda (feira, não divisão), olha para o lado e vê os corintianos contando os dias para o Mundial, os são-paulinos babando pela negociação de Ganso e os santistas comentando mais um gol fora de série de sua estrela fora de série, está tudo bem.

E, mesmo que o Palmeiras venha sendo engolido externamente pelos times vizinhos mais bem administrados e internamente pelo ninho de cobras verdes que o coabitam e o fazem andar para trás dez anos a cada um para a frente, tudo ok.

Ok também que o técnico do time seja um interino, cujo currículo mostra apenas uma passagem de menos de mês por um time profissional. De Sergipe. Que entrou nessa fria porque, sem um saída B (o plano, não a Série), a diretoria resolveu demitir o treinador internacional, ultracaro e laureado (ainda que desatualizado), que a despeito da má fase tirou o time da fila nacional recentemente e mais recentemente ainda ganhou placa do presidente pelos grandes serviços prestados. E que, assim, demitido pela "insustentabilidade", deixou de ser "a cara do Palmeiras", o para-raios, seu escudo, o aguenta-culpas (das quais ele tinha algumas). E, sem a figura dele na frente, o que se vê agora é quase nada, é ninguém, é feio.

Mas tudo bem. O time está correndo e brigando. Correr, no caso, não significa jogar. Brigar, no caso, significa destempero, sem chão, doação de gols ao rival, exposição cruel do time por causa de expulsões infantis em começo de partida.

Está tudo bem com o Palmeiras, mas ainda assim queria deixar uma sugestão ao clube: recomeça! Recomeça do zero.

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Essa história de as pessoas dizerem uma coisa e a gente enxergar outra no futebol me faz cada vez gostar mais do Twitter, essa amplificação de "mesa de bar" virtual que implica em um olho no campo (ou TV) e outro no celular (ou computador).

No último Brasil x China teve a goleada e declarações oficiais do tipo: "É o time que endureceu para a Espanha" e "Essa atuação serviu para dar confiança aos jogadores".

Aí você vai ao Twitter e vê comentários como:

"Não é possível que com mais de 1 bilhão de pessoas na China não tenham 11 que saibam jogar futebol";

"Esse jogo é FUNDAMENTAL porque assim treinamos para pegar times fortes como: Camboja, Laos...".

Em que pese a ironia dos tuítes acima, quem você acha que está mais próximo do Brasil x China que vimos? A fala oficial ou a da galera?

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