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Brasileiros furtam informações de Londres-12 e são demitidos

2016
Dez funcionários do comitê dos Jogos do Rio copiaram documentos sem autorização

DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Funcionários do comitê organizador da Rio-2016 foram demitidos por furtarem informações confidenciais do comitê de Londres-2012 durante a Olimpíada.

O caso é o primeiro grande escândalo da próxima Olimpíada e vem a público dois meses antes de os dois comitês se reunirem no Rio.

O conteúdo dos arquivos subtraídos da área de tecnologia dos Jogos não foi divulgado. Em seu blog no UOL, onde revelou o furto, o colunista da Folha Juca Kfouri escreveu que foram acessados indevidamente dados sobre ações estratégicas e documentos sobre segurança.

Membros dos dois comitês trabalhavam juntos no Programa de Transferência de Conhecimentos nos Jogos, de 27 de julho a 12 de agosto.

De acordo com o blog, após tomar conhecimento da subtração dos dados, Sebastian Coe, presidente do comitê organizador de Londres-2012, telefonou para Carlos Numman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, exigindo providências e ameaçando entrar na Justiça.

Após a pressão dos dirigentes britânicos, que também exigiram a devolução dos arquivos, o comitê da Rio-16 anunciou o desligamento dede dez funcionários.

As demissões não foram por justa causa e os ex-funcionários não serão processados. A entidade brasileira não revelou nomes, cargos nem área de atuação dos profissionais. Informou apenas que trabalhavam em áreas distintas e não ocupavam funções gerenciais. O problema foi identificado ainda durante a Olimpíada, mas o grupo permaneceu em Londres até a conclusão dos trabalhos e só foi demitido no Brasil.

Segundo o comitê da Olimpíada do Rio, os documentos não eram confidenciais, mas o Programa de Transferência de Conhecimentos entre os comitês vetava cópias sem autorização.

O comitê britânico afirmou que os arquivos poderiam ter sido cedidos caso tivesse havido pedido oficial do comitê brasileiro.

A Folha teve negado seu pedido de entrevista com representantes do comitê.

Nota divulgada pelo órgão informou que a atitude foi "contrária aos princípios que regiam a confiança mútua entre as duas organizações", que "agiram de forma conjunta, coordenada e rápida para reparar a situação".

Afirmou que "todos os arquivos foram recuperados e devolvidos". Para o comitê, tratou-se de caso isolado

O COI (Comitê Olímpico Internacional) procurou manter distância do problema. "Isso é um assunto entre Rio e Londres, e eles é que têm de lidar com isso", disse Mark Adams, porta-voz do COI.

O Ministério do Esporte informou que não comentaria.

Com as agências de notícias

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