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Saída de Ganso tem lavagem de roupa-suja

MERCADO
Diretor de seu ex-clube fez questão de provar que atleta foi valorizado e deixou equipe porque quis

BERNARDO ITRI
DO PAINEL FC

A rescisão contratual com o Santos já estava assinada e o contrato com o São Paulo estava acertado. Eram os últimos momentos de Paulo Henrique Ganso na Vila Belmiro, mas não houve despedida melancólica.

O meia, pelo contrário, deixou o estádio por volta das 2h30 de ontem mais irritado ainda com as atitudes dos cartolas santistas.

Depois de ter consumado sua rescisão, Ganso foi obrigado a ouvir uma espécie de sermão do diretor de futebol do Santos, Pedro Luis Nunes.

O cartola, um dos responsáveis pela negociação que levou o jogador para o Morumbi, com algumas folhas de papel na mão, tratou de fazer um histórico de todos os capítulos que marcaram as brigas entre o meia e o clube.

Lembrou das propostas de aumento salarial que a direção fez a Ganso, dos planos de carreira ofertados e do carinho com que o clube e a torcida sempre o trataram.

Foi uma maneira de mostrar ao jogador que, se ele estava saindo do clube insatisfeito, não era por falta de esforço da diretoria.

O clube, em sua última cartada para tentar segurar Ganso, fez uma proposta de aumento oferecendo R$ 420 mil mensais -cerca de R$ 120 mil a mais do que o jogador vai receber no São Paulo.

Esses assuntos, que sempre geravam brigas e respostas ácidas, naquela reunião não causaram reações. Ganso ficou quieto, assim como seus representantes.

O discurso de Pedro Luis e as diversas exigências que o Santos fez para selar a saída do meia foram tachados por membros do DIS como "exigências de pessoa traída".

A diretoria do clube litorâneo pediu, por exemplo, as presenças de Adalberto Baptista, diretor de futebol do São Paulo, e do próprio jogador, que não via necessidade de estar no local, pois seus procuradores já estavam.

"Pedro fez um histórico para o jogador no fim da reunião, mas o ambiente foi muito respeitoso. Foi tenso pela duração da reunião, mas sempre com muito respeito", relata o vice-presidente do Santos, Odílio Rodrigues.

Ganso, que chegou à Vila Belmiro por volta da 0h e entrou pela porta dos fundos por recomendação do Santos, para não enfrentar jornalistas e torcedores, ainda teve de assinar um documento, também a pedido do clube.

O meia assinou um papel que comprovava o recebimento de todas as propostas de valorização. O documento será juntado a uma série de outros papéis que garantem que o Santos tentou de tudo para segurar o jogador.

Após Ganso ouvir todo o sermão e assinar a papelada, a reunião, que durou cerca de oito horas, estava encerrada, e ele não era mais jogador do Santos. No entanto, as polêmicas entre as duas partes não acabariam.

Foi sugerido ao meia que deixasse a Vila pelos fundos para, novamente, não encarar imprensa e torcida. Os representantes de Ganso e o atleta, porém, insistiram em sair pela porta da frente, alegando que foi por ali que haviam entrado no clube.

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