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Juca Kfouri

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O Fenômeno e o Monstro

Um artilheiro e um zagueiro, passado e futuro da seleção brasileira, aniversariam hoje

O primeiro, Ronaldo, completa 36 anos hoje. O segundo, Thiago Silva, comemora o 28º aniversário.

Os dois têm, pelo menos, três pontos a uni-los. Ronaldo superou a sucessão de quatro cirurgias nos joelhos como nenhum outro atleta antes ou depois dele.

Thiago Silva ficou quatro meses hospitalizado e correu o risco de perder um pulmão ao contrair tuberculose, agravada pelo frio intenso quando jogava na Rússia.

O Fenômeno foi para a Copa do Mundo de 1994 para ganhar experiência e, depois do trauma na final de 1998, acabou sendo decisivo para o pentacampeonato em 2002. O Monstro foi para a Copa de 2010 também na reserva e agora é o mais experiente e capitão da seleção. Ambos jogaram no Milan.

A coincidência faz pensar também em como as coisas mudaram em nosso futebol dos tempos de Ronaldo para os de Thiago.

Então, confiávamos mais nos atacantes. Hoje, num zagueiro.

Desafios para o médico e para o monstro que também convivem na seleção. O médico Mano Menezes, ótimo no diagnóstico, ainda devendo no tratamento. E o monstro Andres Sanchez, o oposto do técnico.

Bocudo, desperdiça ótimas oportunidades de ficar de bico fechado. Dizer, como disse na quinta-feira para um grupo de estudantes do Mackenzie, que quer ver o Palmeiras rebaixado é uma besteira que torcedor pode fazer, mas que, um dirigente, ainda mais da CBF (!), não pode em hipótese alguma.

Se não bastasse, crítico da imprensa, classificou o jornalismo esportivo brasileiro como medíocre.

Eis que aqui é possível concordar, sem corporativismos. De fato, a maior parte da imprensa esportiva dá a ele uma importância que Sanchez não tem (obrigado, Lula!) e prefere atender o que é de interesse do público em vez do que seja do interesse público. O entretenimento ganha de goleada, infelizmente.

Mas, mal informado, Sanchez acusa a imprensa de não ter apontado o maior pecado de Mano Menezes, o de não ter aproveitado a Copa América para começar a renovar a seleção. Ora, estamos novamente de acordo, embora discordando, porque não foram poucas as vezes em que isso foi dito aqui -e não só aqui-, a ponto de um dia Mano ter respondido a crítica, ao justificar que precisava mostrar a todos que com os veteranos não dava mais, argumento compreensível, mas, ainda assim, equivocado.

A sequência de pênaltis perdidos ante o Paraguai equivaleu à senha para iniciar o processo que corre o risco de não estar maduro até a Copa, razão pela qual alguém como Thiago Silva tem papel tão importante. Quem sabe, craques provados como Ronaldinho, na hora certa -só em 2014 mesmo-, e até Kaká, possam fazer diferença, acrescentar algo, assim como Robinho, o que foi sem nunca ter sido.

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