Resgate

	Sergio Moraes/Reuters
	Mano Menezes na convocação da seleção, no Rio

Kaká, 30, não participou de nenhum jogo oficial do Real Madrid nesta temporada, mas sua dedicação nos treinamentos o trouxe de volta à seleção brasileira, segundo explicação de Mano Menezes.

Ontem, o treinador convocou o ex-são-paulino e mais 22 jogadores para dois amistosos: em 11 de outubro contra o Iraque na Suécia e no dia 16 contra o Japão na Polônia.

Mano e a CBF cederam às pressões dos clubes brasileiros, que disputam a reta final do Nacional, e estipularam apenas um jogador de cada equipe brasileira na lista. Paulinho, Lucas e Neymar foram os escolhidos de Corinthians, São Paulo e Santos.

O zagueiro Leandro Castán, ex-Corinthians e atualmente na Roma, é o novato da lista. Mas a maior surpresa foi mesmo Kaká, que não entra em campo com a camisa amarela desde a eliminação contra a Holanda na Copa de 2010, na África do Sul.

Foi a segunda convocação dele na era Mano. Na primeira, há 11 meses, acabou cortado dos amistosos contra Gabão e Egito por lesão.

Fora da equipe principal de José Mourinho, o meia virou notícia anteontem ao marcar três dos oito gols da vitória do Real Madrid sobre o Millonarios em amistoso.

Mano, porém, disse que a decisão de trazê-lo de volta foi tomada antes do jogo.

"Primeiro, [ele foi convocado] pela trajetória que tem na seleção. A gente tem acompanhado o trabalho que ele vem fazendo", disse Mano.

"Ainda não é um trabalho de campo na equipe principal, mas, em termos de treinamento e dedicação, o nível que ele está apresentando faz com que se crie a expectativa de uma boa atuação quando ele chegar à seleção."

O treinador se contradiz. Há nove dias, Mano lamentou a fase de Kaká e deu indícios de que esperaria mais para, quem sabe, trazê-lo de volta. "Você acaba perdendo o parâmetro do jogador quando ele não joga. Ele mesmo perde o parâmetro, porque é o jogo que dá a condição de você saber se você está bem", disse, no último dia 19.

Ontem, Mano afirmou que não cultivará em Kaká o espírito de líder do time e deixou aberta a chance de ele atuar ao lado de Oscar, o camisa 10. "Kaká vem treinando em uma posição um pouquinho mais adiantada no campo."

O técnico voltou a falar sobre as recorrentes vaias. "São exageradas para com a seleção. Não reconhecer quando fazemos bons jogos é uma cobrança que às vezes atrapalha", disse. "Os resultados que temos são indícios claros de que o torcedor pode confiar no que estamos fazendo."