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Um russo em Nova York

Magnata gasta mais de R$ 1 bi com ginásio e reforços para fazer de time do Brooklyn potência da NBA

DE SÃO PAULO

A NBA, a liga americana de basquete, até parou no ano passado para diminuir salários e gastos dos times.

Mas um russo bilionário, e polêmico, desdenha dessa nova ordem econômica da liga, que neste final de semana iniciou os treinos para a temporada 2012/2013.

Mikhail Prokhorov, 47, tem, segundo levantamento da revista "Forbes", uma fortuna de US$ 13,2 bilhões, ou mais de R$ 26 bilhões.

Como é comum entre os bilionários de seu país, fez a vida na indústria de petróleo e gás, onde os negócios misturam interesses privados e governo. Também enveredou para a política candidatou-se para a última eleição presidencial, perdeu.

Mas foi por seu envolvimento no basquete que Prokhorov virou uma cele-bridade na principal cidade norte-americana.

Em 2010, ele pagou US$ 200 milhões (pouco mais de R$ 400 milhões pelo câmbio atual) pelo New Jersey Nets, uma das franquias mais pobres e com menos apelo popular da NBA.

Começou então uma mudança radical no clube. A primeira delas foi a troca de endereço. Os Nets cruzaram o rio e foram para Nova York, mais precisamente para o Brooklyn, bairro da cidade que vai abrigar e batizar o time a partir desta temporada.

E não será uma casa qualquer. Com investimento de Prokhorov, dono de 45% do novo ginásio, e também gordos subsídios do governo local, os Nets vão jogar em uma arena que custou US$ 1 bilhão, mais do que custarão o novo Maracanã e o Itaquerão. Isso para um ginásio que comporta só 18 mil pessoas.

Para a nova casa, um novo, e caro time.

Quando o russo assumiu os Nets, o time tinha a quinta menor folha salarial entre as 30 equipes da NBA.

Hoje, o clube é o segundo maior gastador, só atrás do estrelado LA Lakers.

Apenas em reforços e renovação de contratos para esta temporada, Prokhorov assinou acordos que no total irão fazer ele gastar US$ 330 milhões nos próximos anos.

As estrelas mais cintilantes do time são o armador Deron Williams e o ala Joe Johnson, ambos com salários maiores do que LeBron James, do Miami, que é hoje o maior astro da NBA.

O dono dos Nets não se importa de ultrapassar o teto salarial da liga. Depois do locaute (greve dos patrões) realizado no ano passado, a punição para quem desrespeita o limite aumentou.

Nos próximos anos, cada dólar que ultrapassar o teto irá significar uma punição de cinco dólares. Ou seja: só em multas Prokhorov terá que pagar cerca de R$ 150 milhões.

"O importante é ganhar o título", disse o russo, que também falou não se importar com o que está gastando.

Ao contrário de seu compatriota Roman Abramovich, que fez investimento parecido com o Chelsea, mas pouco fala em público, Prokhorov tem a língua solta.

Ele já ironizou o dono do agora rival de cidade New York Knicks, para delírio dos tabloides nova-iorquinos.

Prokhorov ainda circula com desenvoltura na agitada vida cultural de Nova York.

Mostra entrosamento com o rapper Jay-Z, seu sócio minoritário nos Nets, e ganha espaço na mídia por doações milionárias a instituições de caridade e culturais da cidade onde passa apenas um quarto de seu tempo.

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