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Final apertada põe em dúvida vitória de queniano em Berlim

ATLETISMO Especialistas suspeitam de acerto entre corredores em maratona na Alemanha

RODOLFO LUCENA
COLUNISTA DA FOLHA

Numa chegada apertada, mas sem disparada no final, o que levou sites especializados a levantarem dúvidas sobre eventual acerto entre os competidores, o queniano Geoffrey Mutai venceu ontem a Maratona de Berlim em 2h04min15.

Seu protegido e colega de treino Dennis Kimetto fechou um segundo depois, no melhor tempo da história para um debutante em maratonas.

Em 2011, Mutai se tornou o mais rápido maratonista do planeta ao concluir em 2h03min02 a prova de Boston, mas o trajeto não é homologado pela Iaaf (Federação Internacional de Atletismo) para efeito de recorde.

Apesar disso, foi cortado da equipe do Quênia que disputou a maratona olímpica, o que transformou a prova de ontem numa espécie de acerto de contas para o corredor.

Com a vitória, Mutai levou um prêmio de € 40 mil, além de um bônus de € 30 mil por ter terminado em menos de 2h04min30 (no total, embolsou mais de R$ 182 mil).

Ontem, Mutai chegou a desafiar o recorde mundial -depois do km 35, a TV alemã calculou que, se ele mantivesse o ritmo, completaria a prova em 2h03min35, melhorando o recorde em três segundos. No km 38, os dois corredores pareceram perder o gás e, a partir dali, reduziram.

Mesmo quando já avistavam a chegada, com Mutai poucas passadas à frente de Kimetto, nenhum dos dois tentou uma escapada, o que levou sites especializados a suspeitarem de marmelada.

Ross Tucker e Jonathan, doutores em fisiologia do exercício pela Universidade do Cabo (África do Sul), escreveram em seu site The Science of Sport: "Foi uma final anticlimática para uma disputa cabeça a cabeça, o que faz com que eu me some àqueles que dizem que ela foi planejada".

O narrador da Universal Sports, que fez a transmissão oficial da prova pela internet, foi um dos que aventaram essa hipótese, segundo registro do site LetsRun.com, que considerou a chegada "bizarra" e afirmou: "A integridade de nosso esporte está em risco". O britânico Digibet.info também levantou suspeitas.

Por seu lado, Mutai, 30, lamentou perder a chance de quebrar o recorde. "A primeira metade foi um pouco lenta. Tentei acelerar depois, mas tive problemas na minha perna esquerda, então tratei apenas de manter o ritmo."

Já Kimetto, 28, declarou: "Eu não esperava sequer chegar perto dele, pois sabia que não podia vencê-lo".

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