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Onda separatista politiza Barcelona e clássico

ESPANHOL Com apoio do clube, jogo contra o Real Madrid terá manifestações por independência da Catalunha

DE SÃO PAULO

Aos 17 minutos e 14 segundos do maior clássico da Espanha, o Camp Nou deve deixar de parecer um estádio de futebol para se transformar em palco de comício político.

É neste instante que os torcedores do Barcelona prometem parar com os gritos de incentivo ao time para pedir a independência da Catalunha.

O terceiro encontro entre os dois gigantes na temporada, que tradicionalmente já é marcado pelo embate ideológico entre o principal representante da região autônoma e o símbolo do poder central espanhol, desta vez terá ares ainda mais políticos.

A grave crise econômica que o país enfrenta fez explodir mais uma vez a onda separatista da Catalunha, que tem o Barcelona como maior ícone cultural e instrumento de propaganda ideológica.

Está prevista para o próximo mês consulta pública à população sobre a possível independência da região.

Além dos gritos em referência ao ano de 1714, quando um levante separatista catalão foi derrotado pela monarquia nacional, que se repetem em cada partida no estádio do Barcelona nesta temporada, o clássico terá outras mostras de evento político.

O clube irá distribuir aos torcedores cartolinas nas cores amarela e vermelha para que, antes da partida, seja formado nas arquibancadas um mosaico da bandeira catalã com a inscrição "Barça". Tradicionalmente, esse mosaico tem as cores azul e grená, as da camisa do time.

Segundo o jornal "Sport", de forte ligação com o Barcelona, o clube usará na próxima temporada, pela primeira vez na história, uma camisa reserva com as cores da região. A informação não foi desmentida pela agremiação nem pela Nike, sua fornecedora de material esportivo.

"Não é a primeira vez [que teremos manifestações deste tipo], e eu acho muito bom. Que as pessoas se expressem à vontade. Vivemos em um Estado democrático. Somos o Barcelona, representamos a Catalunha e apoiaremos o que os catalães quiserem", disse Xavi, capitão do time.

O meia é um dos 12 jogadores do elenco principal que nasceram na região. Entre os espanhóis, apenas o goleiro Pinto, o meia Iniesta e os atacante David Villa e Pedro Rodríguez não são catalães.

Devido à questão extracampo, a partida é considerada de alto risco pela polícia catalã, que colocará mais guardas no Camp Nou.

Apesar da campanha separatista, uma coisa é certa: os clássicos contra o Real Madrid continuarão frequentes.

"Se a Catalunha se tornasse independente, o Barcelona continuaria disputando a Liga [Espanhol], assim como o Monaco faz na França", disse o presidente do clube, Sandro Rosell, no mês passado.

NA TV
Barcelona x Real Madrid
14h50 ESPN Brasil

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