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Alerta

Filme e estudos retomam discussão sobre casos de danos cerebrais em atletas de futebol americano

ÉDER FANTONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na noite do último dia 28, uma cena do jogo entre o Baltimore Ravens e Cleveland Browns, na NFL (liga de futebol americano), assustou torcedores e jogadores.

Josh Cribbs, atleta do Browns, teve seu capacete arrancado e caiu desacordado ao ser atingido por um rival.

Nos gramados americanos, são comuns os choques violentos, que chegam a causar concussões cerebrais. Esses casos motivaram o diretor americano Steve James a produzir o documentário "Head Games" ("Jogos de Cabeças", em tradução livre).

Lançado no fim do mês passado nos EUA -ainda sem previsão no Brasil-, o trabalho traz o depoimento de ex-jogadores e atuais atletas e mostra que profissionais da NFL têm mais chance de ter doenças neurológicas, como o Alzheimer. Em uma cena, um ex-jogador não consegue nomear os meses do ano.

O diretor não é voz única a alertar sobre o perigo inerente ao esporte. Um recente estudo publicado pela revista americana "Neurology" revela que os jogadores da NFL estão três vezes mais propensos a morrer de doenças neurodegenerativas do que o restante da população.

O estudo analisou 3.439 ex-atletas que jogaram ao menos cinco anos entre 1959 e 1988. Dos 334 que morreram, doenças neurodegenerativas contribuíram para 17 mortes. Num grupo do mesmo tamanho, mas formado pela população em geral, seriam esperadas cinco mortes.

O temor com casos de concussão cerebral em estudantes rendeu o livro "Concussions and Our Kids" ("Concussões e nossas crianças", em tradução livre), lançado nos EUA, semana passada, pelo médico Robert Cantu.

E a preocupação procede. Ronald Rouse, jogador de futebol americano de uma escola do ensino médio de Florence, na Carolina do Sul, morreu na noite de anteontem após sofrer uma trombada durante uma partida.

"A concussão no esporte tem aumentado de forma absurda, mas você só vai perceber a consequência disso ao longo da carreira do atleta", diz Moisés Cohen, chefe do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Unifesp.

A NFL se diz preocupada com os casos de concussão e anunciou uma doação de US$ 30 milhões (R$ 60,9 milhões) para que o National Institute of Health faça pesquisas sobre danos cerebrais.

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