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Entrevista - David Luiz

Chelsea não começou a pensar no Mundial de Clubes, diz beque

Para ex-corintiano, equipe inglesa ainda tem jogos importantes a disputar

SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A WROCLAW

Um dos preferidos do técnico Mano Menezes, David Luiz, 25, aceita a cobrança dos torcedores, mas pede paciência com a seleção.

O zagueiro do Chelsea acredita que o treinador faz um bom trabalho à frente da equipe. Ele não esconde que está ansioso para a disputa da Copa das Confederações, competição que servirá de teste para o Mundial de 2014.

David Luiz gosta de dizer que é um sonhador. "Nos últimos tempos, já sonhei muitas vezes que estava jogando pela seleção em 2014."

Nascido em Diadema (SP), o atleta, que afirmou adorar passear de metrô em Londres, onde mora, deverá pegar o Corinthians no Mundial de Clubes, em dezembro.

Em entrevista à Folha, ele afirma que era corintiano na infância, mas que isso não quer dizer que facilitará a vida do adversário no torneio no Japão. "Agora, sou Chelsea desde criancinha", brincou o jogador, que se apresentou ontem na Polônia.

O país servirá de base da seleção brasileira para os próximos dois amistosos. Nesta quinta-feira, o time enfrentará o Iraque, na Suécia. No dia 16, o adversário será a seleção do Japão, na Polônia.

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Folha - A seleção foi vaiada nos últimos amistosos. Mano Menezes é contestado no cargo. Quanto isso atrapalha o trabalho dos jogadores?
David Luiz - Isso é normal. Sabemos que vamos ser cobrados. Representamos a melhor seleção do mundo. Nosso torcedor ama o nosso jogo. Eles nos cobra porque sabe que sempre podemos fazer mais. Mas temos que ter tranquilidade. O Mano faz um excelente trabalho.
É sempre muito difícil preparar o time sem uma competição. A Copa das Confederações vai servir para isso.
Vai nos dar uma responsabilidade maior. Com certeza, será o treinamento final para a Copa do Mundo. Vamos buscar o título.

O que esperar destes dois amistosos?
O Japão vem numa crescente muito grande, jogou bem os últimos Mundiais e tem bons atletas atuando na Europa. Eles são rápidos e podem complicar [para o Brasil]. O Iraque também não deve ser moleza. Todos os adversários que enfrentam a seleção sempre querem nos surpreender. Somos sempre os mais visados.

Você não teme a cobrança da torcida na Copa do Mundo?
Não. Sonho com a Copa do Mundo há muito anos. Desde que me entendo por gente. Ainda vivo o sonho de moleque de jogar um Mundial. Já participei e ganhei muitas competições importantes, mas essa é especial. Não é brincadeira.
Nos últimos tempos, já sonhei muitas vezes que estava jogando pela seleção em 2014. Também sonho em fazer o gol, que ainda não fiz, pela seleção. Saí muito cedo do Brasil e não joguei no Maracanã. Na minha carreira, sonho como uma criança. Essa é a magia da vida.
Fora isso, o brasileiro está com saudade de levantar um título mundial. Vamos ter a segunda oportunidade de jogar uma Copa no nosso país. Faremos de tudo pelo título.

O que você gosta de fazer em Londres nas horas de folga?
Gosto muito de "games". Tenho uma sala em casa só com jogos. A tecnologia ajuda muito a encurtar as distâncias. Na semana passada, fiquei jogando on-line com os meninos da seleção [que se preparavam em São Paulo para duelo contra a Argentina]. Joguei com o Dedé, o Leandro Damião.
Gosto também de passear com a minha mãe de metrô. Não tem grande tietagem. As pessoas lá levam na boa.

Em dezembro, você vai disputar o Mundial de Clubes. Como será enfrentar o Corinthians numa eventual final?
O Chelsea ainda não está pensando no Mundial. Temos muitos jogos importantes na Inglaterra e na Copa dos campeões. Mas será legal.
Eu era corintiano. Tenho uma foto de infância com o uniforme do Corinthians. Mas comecei muito cedo no futebol. Com 9 anos, fui jogar no São Paulo. Fiquei até os 14 anos. Lá, aprendi o outro lado do futebol, que temos que representar o clube e não o coração. Sempre pensei assim. Por isso, o coração não vai amolecer no Japão. Agora, sou Chelsea desde criancinha.

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