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Agência revela evidências contra Armstrong

DOPING
Órgão dos EUA afirma que ex-ciclista coagia companheiros

DE SÃO PAULO

O americano Lance Armstrong utilizou o "mais sofisticado, profissional e bem sucedido programa de doping que o esporte já viu". A afirmação é do principal executivo da Usada (Agência Antidoping dos EUA), Travis Tygart, em comunicado, ontem.

Vencedor de sete títulos da Volta da França (principal prova do ciclismo), Armstrong foi banido do esporte em agosto, quando anunciou que não iria mais se defender das acusações de doping.

Ao abrir mão da defesa, aquele que era talvez o maior ciclista da história acabou excluído das competições pela agência norte-americana.

A Usada anunciou que enviou à União Ciclística Internacional, à Agência Mundial Antidoping e à Corporação Mundial de Triatlo a decisão fundamentada utilizada para banir Armstrong, que após se aposentar no ciclismo passou a se dedicar ao triatlo.

Ele nunca foi flagrado no antidoping e nega que tenha usado substâncias ilegais.

De acordo com a Usada, o documento tem mil páginas e inclui testemunhos de 26 pessoas, entre elas 15 ciclistas que conheciam a US Postal -equipe na qual Armstrong conquistou os títulos da Volta da França- e suas atividades envolvendo o uso de substâncias dopantes.

A agência sustenta que há evidências de que Armstrong se dopou durante toda sua carreira, além de coagir seus companheiros de equipe a usarem substâncias ilícitas.

Além disso, pela primeira vez é apresentado o testemunho de George Hincapie, um ex-companheiro de equipe de Armstrong e figura muito respeitada no meio ciclístico.

"Desde cedo em minha carreira profissional ficou claro para mim que, com o uso difundido de drogas pela elite dos ciclistas, não seria possível competir em alto nível sem elas", afirmou Hincapie, que ajudou Armstrong na conquista dos sete títulos.

Além de se dopar, de acordo com a Usada, o americano pressionava os companheiros de equipe a fazerem o mesmo sob pena de serem expulsos da US Postal.

A agência também afirma que obteve dados, incluindo registros bancários, que mostram grandes pagamentos ao médico italiano Michele Ferrari, banido do ciclismo por envolvimento com doping.

"Registros contábeis de uma companhia suíça controlada pelo dr. Ferrari mostram mais de US$ 1 milhão pagos pelo sr. Armstrong."

Foram listadas também trocas de e-mails entre o médico e o filho dele com o ex-ciclista no período em que Armstrong disse não manter relacionamento com o profissional banido por doping.

Com agências de notícias

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