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Edgard Alves

Escola de técnicos

Academia Brasileira de Treinadores começa com 108 candidatos selecionados pelo COB

O Comitê Olímpico Brasileiro põe para funcionar nesta semana a sua Academia Brasileira de Treinadores (ABT), que tem como proposta melhorar o sistema de preparação esportiva no país e oferecer condições de aprimoramento para pretendentes ao exercício da função de técnico de alto rendimento.

Atletismo, ginástica artística e natação são as modalidades contempladas nesta etapa inicial, com 36 alunos em cada uma delas.

O curso, voltado às áreas de desenvolvimento e aperfeiçoamento esportivos, está programado para dois anos de duração (750 horas), com oito módulos presenciais, outros três à distância e mais três de estágios (dois deles com instrutores internacionais). A cada ano, três novos esportes entram no processo.

Sem dúvida, é uma iniciativa positiva do COB. Técnicos em atividade, novatos na função e futuros profissionais da área necessitam mesmo de caminhos e oportunidades para adquirir conhecimento. E, com eles, ganharão os atletas e o esporte nacional. Tudo bem até aí.

A coordenação geral do projeto é da ex-ginasta Soraya Carvalho, 33, gerente do Instituto Olímpico Brasileiro, o departamento de educação do COB para o esporte olímpico.

Segundo ela, a proposta, elaborada nos últimos dois anos e meio, além da busca pela performance máxima, contempla também a detecção de talentos. As vagas foram anunciadas em edital e a seleção ocorreu, na primeira fase, em testes em 12 cidades. Depois, titulação e formação acadêmica definiram os 108 participantes dessa primeira turma. Carvalho adiantou ainda que os futuros formandos terão prioridade nas seleções e estágios.

No futebol, a paixão nacional, por exigência da Fifa, a CBF determina que os técnicos necessitam de curso para obter diploma que os habilite a exercer a profissão.

Antes, a legislação brasileira já exigia que deveriam ser formados em educação física. Mas nada disso foi cumprido à risca até hoje.

No futebol europeu, a Uefa tem licenças, obrigatórias, e cursos de aperfeiçoamentos para treinadores há quase duas décadas.

Aí, para o bem ou para o mal, dúvidas despontam no ar com a ABT.

As principais delas, talvez só o tempo responderá: a função de técnico de alto rendimento corre o risco de ficar atrelada exclusivamente ao certificado da Academia? Talento para dirigir e experiência como técnico ou mesmo como atleta estão ameaçados como condições elegíveis para a função? Na seleção dos candidatos da Academia, a formação acadêmica foi decisiva.

Eles tinham ainda de ser profissionais de educação física, devidamente registrados no respectivo conselho regional da classe.

Acontece que, no esporte, talento é diferencial, a cereja do bolo.

Uma questão que a ABT deve cuidar com atenção especial, sem preconceito.

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