Japão põe à prova blitz ofensiva de Mano

A seleção venceu nas duas vezes que entrou em campo sem um atacante fixo na área. Com quatro jogadores se revezando no setor ofensivo, a equipe goleou os frágeis chineses, por 8 a 0, e os quase amadores iraquianos, por 6 a 0, na semana passada.

Hoje, o time comandado por Mano Menezes terá que provar que o esquema pode dar certo contra um adversário mais forte. A partir das 9h10 (de Brasília), a equipe nacional enfrentará a correria dos japoneses, em Wroclaw, na Polônia.

Em 23º no ranking da Fifa, o Japão surpreendeu os franceses ao vencê-los por 1 a 0 na semana passada em Paris, interrompendo sequência invicta de 14 jogos da França.

Assim como na Suécia, Mano vai poder contar com sua formação ideal para o esquema: com Neymar mais adiantado e Oscar, Kaká e Hulk se revezando por várias partes do setor ofensivo com a função de atacar. Kaká fará a sua segunda partida pela seleção desde a Copa da África.

"Quero deixar claro que não fomos ameaçados nos últimos jogos por méritos nossos. Por isso, quero ver como nos comportamos contra um adversário de qualidade mais forte. Neste jogo, quero diferenciar o que é duradouro do que é circunstancial", disse Mano, que fará a sua 38ª partida no comando da seleção.

Neste período, a equipe tem aproveitamento de 74%, venceu 25 jogos, empatou cinco e perdeu seis.

Apesar do bom aproveitamento, Mano ainda não convenceu no cargo. Ele foi vaiado em duas das três partidas no Brasil no mês passado.

Mesmo com os jogadores repetindo um discurso de respeito ao adversário, o Japão tem retrospecto negativo ante os brasileiros. Em oito partidas, os japoneses perderam seis vezes e empataram duas.

Antes desses dois últimos amistosos da seleção, Mano já havia usado o esquema ofensivo sem atacante fixo no ano passado, ante o México.

A equipe venceu por 2 a 1, mas o técnico teve que abrir mão do sistema após a expulsão de Daniel Alves, ainda no primeiro tempo. O setor ofensivo foi armado com Neymar, Hulk, Ronaldinho e Lucas, substituído no intervalo.

Titular desde o início da era Mano, Neymar defende o novo esquema: "Encaixou muito bem. São ótimos jogadores, inteligentes, rápidos. Agora é entrosar um com o outro para melhorar ainda mais daqui para a frente".