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Zizao, 'astro' chinês corintiano, dá até pedalada na estreia em Varginha

SANDRO MACEDO
EDITOR-ASSISTENTE DE “ESPORTE”

Demorou. Alguns nem acreditavam mais que acontecesse. Mas Zizao estreou com a camisa do Corinthians. E antes da volta de Adriano.

A demora não foi por birra do professor Tite, mas sim por falta de preparo. Reza a lenda que Zizao era mais frágil que um filé de borboleta. O jogo de anteontem não foi no Pacaembu, onde possivelmente a torcida teria até "zizaozetes". Mas o palco foi melhor: Varginha, terra de supostas criaturas alienígenas.

Passava dos 33 minutos do segundo tempo quando Zizao estreou, após receber orientações do auxiliar técnico, que mostrava um campinho para o meia-atacante. Na transmissão da Globo, foi alçado instantaneamente a atração do jogo, um 2 a 0 meio sem graça pró-Cruzeiro.

Zizao entrou no lugar de Welder, lateral direito improvisado do lado esquerdo. Vestia a camisa 200, curiosamente, o mesmo número que Neymar (ex-filé de borboleta) usava na mesma noite (e fazia um golaço contra o Atlético-MG). A de Neymar era pelo número de jogos na equipe, a de Zizao era pelos 200 anos da imigração chinesa.

Sem saber como comentar a alteração, Caio Ribeiro apelou ao estereotipo do jogador oriental: "Não o conheço, mas na teoria é correria que vem por aí". E Zizao correu. Em cerca de 15 minutos, tocou sete vezes na bola.

Sofreu falta, bateu escanteio (só um toquinho de lado, na verdade), correu para cobrar lateral, tentou marcar. E deu até um chute a gol.

O auge de sua participação veio num contra-ataque. O chinês pôs a bola na frente e partiu para a pedalada. Mas o zagueiro cruzeirense o deixou com a bicicleta na mão.

"Abusado esse Zizao", comentava Milton Leite.

No fim, estava contente com a estreia, porém triste pelo resultado da equipe.

Ontem, jornais chineses tratavam a estreia do moço com alvoroço: "Zizao, Zizao, Zizao", celebrou o "Sports Hangzhou", que achou a estreia "boa para um jogador chinês". O "Dayoo" citou o momento como "histórico".

A profecia em sua apresentação, no longínquo 1º de março, concretizou-se. "Vocês ainda vai gostar de mim", dizia ele. Ou era assim que a esforçada intérprete traduzia.

Tite também falou: "É jogador de beirada, atua em linha de três. Tem a jogada individual. Quando entrou, o time estava numa retomada de resultado, busca de padrão para equilibrar". Titês pode ser tão difícil quanto chinês.

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