Time festeja brecha na tensão, e técnico teme entusiasmo

Enquanto os jogadores disputam um coletivo em clima de brincadeira, Gilson Kleina distribui autógrafos atrás de um dos bancos de reservas, e os torcedores brincam com Luan, poupado da sessão.

Termina o treino, e as mais de 150 pessoas que foram ontem à Arena da Fonte, em Araraquara (273 km a noroeste de São Paulo) se espremem para tirar fotos e ganhar dedicatórias em camisetas.

Nem parece que esse é o mesmo Palmeiras que menos de uma semana atrás recebeu a visita nada amistosa de membros de uma torcida organizada no hotel e solicitou reforço de segurança durante a recém-encerrada excursão pelo Nordeste.

A situação continua delicada: são necessários, segundo as contas do treinador, 15 dos 21 pontos a serem disputados para o time escapar do rebaixamento para a segunda divisão do Brasileiro.

Mas a vitória sobre o Bahia, fora de casa, transformou as carrancas dos últimos tempos em sorrisos, o medo de atos violentos em alegria e trouxe recepção das mais calorosas.

"É claro que a gente tinha receio [da volta para casa], porque a gente não sabia como seria a recepção. Futebol é paixão", afirmou Kleina, que agora se preocupa em conter uma possível empolgação de seus jogadores.

"Ganhamos uma partida importantíssima, mas foi só isso. Falei para eles que não tem nem por que se empolgar. Continuamos na UTI, mas já tiramos os aparelhos."

O técnico, mesmo tendo fechado parte do treino de ontem em Araraquara, não fez nenhuma surpresa ou suspense sobre a escalação para a partida contra o Cruzeiro, hoje, às 18h30. Pelo contrário, confirmou os 11 titulares.

Manterá o esquema com três atacantes e escalará Márcio Araújo na vaga de João Denoni, suspenso. O lateral esquerdo Juninho volta após cumprir suspensão. Wesley, depois de seis meses fora, também é opção. Os dois ficam no banco. (RAFAEL REIS)