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Com baixo público, paulistas têm prejuízo em 96% dos jogos

SÉRIE B
Estado tem 4 times e só Guarani teve lucro em algumas partidas

LUCAS REIS
MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO

A baixa presença de público na Série B do Campeonato Brasileiro faz do torneio um estorvo para os times paulistas que o disputam.

Levantamento feito pela reportagem nos 297 borderôs disponíveis no site da CBF mostra que, quando um clube de São Paulo manda uma partida, é quase certo que ele terá algum prejuízo.

"Infelizmente a gente paga para jogar", afirma Fernando Schink, tesoureiro e responsável pelo setor de arrecadação do Guarani.

Além do time de Campinas, estão na Série B outros quatro paulistas: São Caetano, Bragantino, Barueri e Guaratinguetá. Todos, independentemente da posição que ocupam no campeonato, sofrem com partidas deficitárias.

Dos 73 jogos que tiveram times paulistas como mandantes no campeonato, 96% deram prejuízo.

O São Caetano, que briga na parte de cima da classificação e tem grandes chances de subir para a Série A, não teve nenhum jogo no "azul".

O mesmo ocorreu com Bragantino, Guaratinguetá e Barueri, que correm razoável risco de jogar a Série C em 2013.

Todas as partidas desses quatro clubes terminaram no vermelho, segundo a CBF.

O time de Campinas é o único que conseguiu ter alguns jogos com lucro na Série B. Mas só três das 14 partidas que mandou geraram renda suficiente para pagar os custos da organização.

Na média, o clube teve prejuízo de R$ 11 mil por jogo.

No total, perdeu R$ 154 mil.

"O que tentamos é enxugar ao máximo a estrutura para um jogo, colocar o menor número possível de gente para trabalhar", conta Schink.

A ausência de público na Série B não é uma exclusividade dos times de São Paulo.

Dos 297 jogos cujos borderôs estão disponíveis no site da CBF, 174 deram prejuízo. O levantamento não contempla os jogos da 31ª rodada.

Na semana passada, o Ipatinga bateu o Joinville em seu estádio, o Ipatingão, para apenas 37 pagantes.

O diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio, não quis comentar o assunto.

Dirigentes de clubes paulistas que pediram para não serem identificados citam outros fatores como responsáveis pelas baixas rendas: a televisão e o nível das partidas.

A Série B é transmitida por um canal aberto (Band), por um canal pago (SporTV) e pelo sistema de pay-per-view.

A alternativa encontrada pelos clubes para tentar levar algum público aos estádios é baixar o valor dos ingressos.

Guaratinguetá e Guarani, por exemplo, reduziram para R$ 10 as entradas mais caras, e nem assim têm conseguido resolver o problema.

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