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Por Rio-16, país inicia testes com sangue

ANTIDOPING
Procedimento, que exige mais tecnologia, visa agilizar processo que identifica fraudes no esporte

EDUARDO OHATA
DE SÃO PAULO

De olho na Olimpíada e na Paraolimpíada de 2016, o Brasil, pela primeira vez na história, fará exames antidoping com amostras de sangue -os testes começarão até março do ano que vem.

Por demandar aparelhagem, tecnologia e procedimentos mais sofisticados do que o teste de urina, o exame de sangue não é aplicado no país até hoje.

Mesmo sua "cadeia de custódia", que inclui coleta, lacração, assinatura e o transporte, é mais complicada.

Os exames antidoping com amostras de sangue e urina representarão, a partir do ano que vem, 15% dos testes.

O investimento do governo federal para a aplicação do exame faz parte de um pacote desenhado pela ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem), que trabalhará oficialmente com o Ladetec, laboratório da UFRJ.

A ABCD planeja aplicar testes de urina em uma competição neste fim de semana.

Os primeiros exames urina, aplicados em atletas beneficiados pelo Bolsa Atleta, começaram anteontem.

"Se o objetivo é atingir um padrão olímpico, temos de trabalhar desde agora", diz Marco Aurélio Klein, ex-diretor de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, que assumiu a presidência da ABCD. "Nossa preparação passa pelos Jogos de Inverno de Socchi, em 2014, e o Pan de Toronto, em 2015."

Uma exigência no que toca ao antidoping em uma edição dos Jogos é a agilidade: se forem usados como critério os números de Londres, em 2016 serão aplicados cerca de 6.000 testes antidoping em menos de duas semanas.

Representantes da ABCD, ministério da Saúde, Casa Civil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária e aeroportos têm 90 dias para apresentar alternativas para agilizar a entrada e a saída de reagentes e amostras do país.

Além da velocidade, o armazenamento e o transporte terão de ser contemplados.

Existe a possibilidade de a legislação sofrer alteração.

A ABCD costurará com seus parceiros, com o Comitê Olímpico Brasileiro e com confederações, um programa nacional de controle de dopagem até o fim de dezembro.

O objetivo é padronizar os procedimentos das entidades que dirigem o esporte.

O investimento do governo federal entre o ano passado e o atual é de R$ 18 milhões. O início das obras de construção da nova sede para o Ladetec, em uma área de 10 mil m², próximo ao Instituto de Química da UFRJ onde fica o atual, custou R$ 10 milhões.

O orçamento cobre ainda equipamentos, desenho do projeto básico e estudo de sustentabilidade, no qual foi levado em consideração até a futura política de preços.

A meta do governo é repetir Londres-12, Pequim-08 e Sydney-00, países-sede que não viram nenhum de seus atletas serem flagrados nos exames antidoping -neste ano um atleta brasileiro foi flagrado no antidoping.

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