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Lúcio Ribeiro

Supertime

O Inter montou o time certo no ano errado. Com plantel caro, arena 'pequena' e sem Libertadores, 2013 promete

Glória do desporto nacional, o Internacional fecha, na qualidade de "Supertime", essa trilogia que começou com "Supertécnicos" e teve "Super-Homem" (Neymar) na semana passada. O problema para o time de Porto Alegre é que tal título podia dar lugar a um mais apropriado: "Superdecepção".

Com um plantel de veteranos bons, jovens promessas, gringos altamente selecionáveis e contratando craques que muitos queriam, o Inter amarga o quinto lugar, a sete longos pontos do São Paulo na luta pela "consolável" vaga na Libertadores. Muito pouco para um dos principais candidatos ao título.

Vencer o Brasileiro, para o clube gaúcho, seria especial. Campeão do mundo outro dia e bi da Libertadores há dois anos, o Inter vive jejum de 33 anos sem a maior glória nacional. E a situação na tabela atual seria ainda pior se o time não tivesse esboçado uma reação nos últimos jogos, com duas vitórias sobre Vasco e Palmeiras, que pinta ser uma "arrancada" para nada.

Circula nos bastidores do futebol gaúcho que o Inter não conseguiu administrar bem a transição de um grupo veterano vencedor (Bolívar, Índio, Guiñazu, Kléber) que não quer largar o osso, inibindo a boa nova geração.

Para acalmar as coisas, à la Barcelona/Guardiola, inventaram Fernandão como treinador, porque ele fazia parte dessa velha-guarda cascuda, ali no vestiário. Mas, quando o técnico viu que o time não andava, ou ANDAVA, acabou detonando os boleiros em público. Aí, já viu.

O grande craque do time de craques do Inter acabou ficando pouco tempo no "cargo". No começo do Brasileiro, o meia Oscar era apenas a promessa chegada de uma estressada negociação com o São Paulo, seu ex-time. Daí virou logo o camisa 10 da seleção brasileira e foi parar direto no Chelsea da Inglaterra.

Rendeu um bom dinheiro, mas podia ser o grande diferencial do Inter no Nacional. Talvez o Inter tivesse mais sorte vendendo o atacante Damião, outra grande e nova revelação, mas que parou de jogar bem.

Ter cinco estrangeiros bons quando podem apenas jogar três nem sempre é boa coisa. Do meio para a frente, onde joga muito e ganha muito o ídolo argentino D'Alessandro, trouxeram o uruguaio Forlán, o melhor jogador da última Copa do Mundo. Mesma região que frequenta outro gringo bom de bola: o argentino Dátolo. E, com as várias convocações de Brasil, Uruguai e Argentina, o Inter ficou muitas vezes sem meio time.

A defesa, o Juan como não solução, o Dagoberto e seu eterno problema de num minuto ser decisivo, no outro esquecível, o Beira-Rio remendado no meio do campeonato fraturando a torcida do clube, que se orgulha de ter 100 mil sócios-torcedores, mas uma arena comportando por muito tempo só 18 mil.

O Inter realmente não aconteceu neste ano. O mais irônico foi que talvez o melhor jogo que fez no Brasileiro foi o 3 a 0 no badalado Atlético-MG (sem Ronaldinho, diga-se), com um time B, quase só de molecada. Entendeu, Inter?

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