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Juca Kfouri

Elefantes e bicões

Politiqueira, a CBF de Marin quer ocupar os estádios pós-Copa com jogos de forasteiros

CORRE NA CBF a estranha ideia de levar jogos do Brasileiro para os elefantes brancos que estão sendo construídos em cidades como Brasília, Cuiabá, Natal e Manaus.

Seria uma maneira de agradar aos eleitores que presidem as federações estaduais e de minimizar a monumental ociosidade que se prevê para as tais arenas multiúso, que, certamente, não receberão shows da Madonna e, provavelmente, nem da Ivete Sangalo.

Busca-se, assim, minimizar o mesmo equívoco cometido na ditadura, quando ergueram-se estádios que, se lotaram dez vezes cada um em 40 anos, lotaram muito.

José Maria Marin, então, entre uma dedada e outra, aplaudia a demagogia, cúmplice e subserviente.

Pior, no entanto, é ouvir as mesmas besteiras de então hoje em dia e da boca de funcionários do Ministério do Esporte, como ouvi do promotor de Justiça licenciado Paulo Castilho, aquele que ocupou o mesmo lugar do hoje deputado estadual tucano Fernando Capez, em São Paulo, para tratar da violência de torcidas e obteve o mesmo resultado: praticamente nenhum.

Pois eis que Castilho se ofereceu para participar da mesa num debate originalmente previsto para ser feito entre o jornalista britânico Andrew Jenning e este colunista.

O tema, que nada tinha a ver com o Ministério do Esporte, foi "Os segredos da Fifa", durante o 2º Seminário sobre Fraude Transnacional - Recuperação de Ativos e Cooperação Transnacional, na Escola Paulista da Magistratura.

Castilho, que certo dia lançou livro na sede da Federação Paulista de Futebol que deveria investigar, acabou por desempenhar papel deplorável diante de um público composto por desembargadores, juízes, promotores de Justiça, advogados e estudantes de direito, ao, para ficar bem com sua chefia, fazer alusão à honestidade do ministro, em nenhum momento posta em dúvida no debate.

Defendeu, ainda, a participação de Bebeto no COL porque "conhece a família do ex-jogador" e o estádio do Distrito Federal, para 70 mil torcedores, "porque lá funcionarão restaurantes e centros comerciais". De torcedor de futebol ele não falou.

Tudo porque este colunista, ao identificar em sua oferecida presença uma tola tentativa de constrangimento, resolveu não comentar o tema Fifa de Jennings, mas, sim, mostrar à nobre plateia os despautérios que estão sendo cometidos tanto na organização da Copa do Mundo e da Olimpíada no Brasil.

É possível que a CBF leve mesmo a Portuguesa para enfrentar o Flamengo em Cuiabá, ou a Ponte Preta para jogar com o Corinthians em Brasília, ou, quem sabe, o Criciúma para pegar o São Paulo em Natal ou Manaus.

O que soa como remendos, não como soluções. E não será bem visto nem pelos jogadores nem pelas comissões técnicas.


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