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XICO SÁ

11/11/11

Invejei mesmo o passeio caliente de iate, coisa linda dos mares, na véspera do 'Dia do Fico'

Amigo torcedor, amigo secador, fiquei com tanta inveja do Neymar, a boa inveja, não o pecado capital, a invejazinha demasiada humana e de rotina, que resolvi imitar, da forma mais barata possível, o cara.
Mais do que inveja, na verdade "envidia", sentimento que só existe em espanhol, assim como saudade só existe em português. "Envidia" é uma bomba explosiva, mistura de inveja e ciúme, talvez com uma ponta de ressentimento, enfim, "una mierda", como diria o señor Florentino, cartola do majestoso Real Madrid.
A minha inveja, porém, não diz nada respeito ao futebol. Embora tenha sido um decente camisa 8 do dente de leite do Santa Cruz de Juazeiro, o que invejei mesmo foi aquele passeio caliente de iate, coisa linda dos mares da Baixada, na véspera do "Dia do Fico". Todo menino é um rei, como no samba de roda na voz de Roberto Ribeiro, bem sei, mas que folga, que folgazão, Neymar Jr.? Mas tu mereces, menino, nem careces ficar justificando nada para esses tolos, é teu lazer, navegar gostoso é preciso, em boa companhia melhor ainda, que não és besta. Daí a minha ponta de inveja, meu 11, neste cabalístico 11 do 11 do 11.
Só me restou, além de chupar o dedo como o Florentino que te queria no reacionário time do Rei de Espanha, te imitar. Historicamente, te digo, o Peixe é maior, embora as mentes neocolonizadas, fazer o quê, berrem o contrário.
Iate, mulheres, champanhe! Fácil. Só não é milionário quem não quer. Deixo aí, à guisa de autoajuda, a receita de como ter tudo isso sem precisar jogar a bola do NJr. Tudo bem, não tem iate, bora ao pedalinho de Riacho Grande (SP). Si, si, seu Florentino, não tem champanhe, dissolve um Sonrisal na taça e deixa as borbulhas de amor nos ares, como me ensinou o gitano-cearense Raimundo Fagner. Ah, agora o principal, as mulheres. Bem, enquanto o efervescente não dissolve direito, abre uma "Playboy", meu querido, relax for men.
Ai é só repetir, amiguinho, o mantra do Grande Gatsby e recitar aos céus, agradecido: iate, mulheres, champanhe!
Agora, falando sério, mas nem tanto, caro Luis Alvaro, presidente do Santos, a ousadia é a prova dos nove. Havíamos eliminado o complexo de vira-latas no campo de jogo, faltava algo parecido na mesa de negociações. Fica o exemplo. Mas voltemos, só por um instante, ao humilde pedalinho da vida. Que doce vida. Tente você também neste 11/11/11. Nem tanto à terra nem tanto ao Neymar.

*xico.folha@uol.com.br

@xicosa

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