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Donos do mundo

De contratações pouco expressivas, o goleiro Cássio e o atacante Guerrero viram heróis do título e se consagram como ídolos

DOS ENVIADOS A YOKOHAMA

Quando o Corinthians anunciou a contratação de Cássio, 25, em dezembro do ano passado, e de Guerrero, 28, em julho deste ano, ninguém deu muita bola. Meses depois, os dois reforços deixam Yokohama, no Japão, como donos do mundo.

O goleiro corintiano, um dos heróis da conquista da Libertadores, saiu de campo novamente como salvador.

Eleito o melhor jogador do torneio pela Fifa, Cássio foi presenteado com um carro e se tornou, de vez, um ídolo da torcida do Corinthians.

Paolo Guerrero também experimenta a sensação de cair nas graças dos corintianos em tão pouco tempo.

O atacante peruano entrou como titular pela primeira vez em agosto e virou o homem de referência de Tite no setor ofensivo. No Mundial, marcou os dois únicos gols da equipe e, provavelmente, desfilará em carro aberto em seu país.

"Estou feliz, o time jogou para caralho", soltou o autor do gol ao vivo para todo o Brasil. "Víamos na televisão que tinha gente que vendia carro, que deixava o emprego [para acompanhar o time no Japão]. Todas essas coisas, quando entramos em campo, fazem a gente dar tudo que temos. Elas merecem esse momento de felicidade."

Com diversas tatuagens pelo corpo e com um corte de cabelo peculiar, Guerrero chegou com fama de mau e ganhou a torcida pela garra em campo. No lance em que Emerson acertou a trave, no primeiro tempo, ele brigou com a zaga do Chelsea e girou até conseguir chutar.

"Todos nós entramos para a história do Corinthians, conseguimos ganhar o torneio mundial e, por isso, estamos felizes", disse, sorridente e tímido.

O atacante superou uma lesão no joelho (se machucou no último jogo do Brasileiro, derrota contra o São Paulo) e era a única dúvida de Tite quando o time saiu do Brasil.

"Foi difícil. Fiquei vários dias sem fazer nada. Só terapia e infiltração. Fiquei com medo, mas agora é só comemorar", declarou.

Na outra ponta do campo, Cássio talvez seja o mais frio do grupo. O semblante geralmente é sério, o tom de voz não se altera. Pensa antes de responder e sempre evita entrar em qualquer polêmica.

"Foi um ano muito bom. Mas, bom mesmo, foi eu não ter esquecido minhas raízes, minha família. Passei dificuldade, não conheço meu pai, mas nunca senti falta dele. Minha mãe foi mãe e pai, meu tio também ajudou", contou.

Quando ganhou a vaga de Júlio César, ídolo da torcida, teve sua experiência posta em xeque. O que a torcida sabia sobre ele era que fora campeão com a base da seleção brasileira e havia defendido o PSV da Holanda.

"Imaginar que seria eleito o melhor do Mundial? Não. Mas sempre acreditei no meu trabalho", afirmou o goleiro após o triunfo de ontem.

"O futebol prega muitas coisas. Eu saí do PSV, as pessoas ficavam se perguntando se é bom mesmo, se não é. Que bom que eu consegui dar a volta por cima", disse.

Após tantas defesas -de acordo com dados da Fifa, o Chelsea acertou seis bolas no alvo, contra duas do Corinthians-, Cássio escolheu a mais marcante.

"A do Moses. Eu não vi a bola sair, acabei saindo atrasado e consegui, com a minha envergadura, chegar na bola", afirmou.

"Mas a defesa contra o Vasco [pegando chute de Diego Souza na Libertadores] continua sendo a mais marcante."


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