Depois de Teixeira, Romário ataca Pelé

O deputado federal Romário (PSB-RJ) tem se mostrado de fato um grande atacante como político. Ontem, em evento em São Paulo, o ex-jogador fez críticas ácidas a Pelé e chegou a insinuar que ele poderia receber algo da CBF.
"Tinha prometido não falar mais do Pelé. Pelé fala tanta merda... Pelé não tem porra de consciência do que está acontecendo no país", afirmou Romário, que tem cobrado sistematicamente Ricardo Teixeira, presidente da CBF, hoje em sintonia com Pelé.
"Uma vez eu disse que ele [Pelé] calado era um poeta. Agora, isso também vale. Ele tem de calar a boca. E tem mais, eu não levo nenhum da CBF. Talvez ele leve", disse Romário em evento que exaltou famosos camisas 11, como ele e ídolos santistas amigos de Pelé, Neymar e Pepe.
Romário mostrou-se bem-humorado ao atender os jornalistas, mas roubou a cena mesmo quando atacou o Rei do futebol, que tem poupado Ricardo Teixeira de críticas. "Não há provas" [contra Teixeira], disse Pelé no lançamento recente de seu livro.
Ontem, por meio de seu assessor, Pelé preferiu não responder às críticas pesadas que recebeu do Baixinho.
"O Pelé não tem nada a declarar a respeito do que o Romário falou", respondeu o ex-camisa 10 em e-mail à Folha.
Romário disse que a pressão sobre Ricardo Teixeira, suspeito de ter recebido dinheiro da ISL, continuará.
"Se preparem que domingo vem mais, sobre os ingresso da Copa de 2014", disse Romário, elogiando o trabalho de Andrew Jennings, jornalista da BBC que tem denunciado o cartola brasileiro.
Pelé é garoto-propaganda do Mundial, e Romário tem cobrado autoridades sobre questões do evento, que tem Teixeira como presidente do Comitê Organizador Local.
Recentemente, Romário constrangeu tanto Ricardo Teixeira quanto Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa.
Em audiência na Câmara, em Brasília, o ex-centroavante perguntou a Valcke se ele já havia recebido propina e por que Joseph Blatter, presidente da Fifa, chegou a chamá-lo de "chantagista".
Romário também perguntou a Teixeira por que ele havia dito que não haveria uso de dinheiro público na Copa de 2014 quando o país ganhou o direito de ser sede.