Ajuda a rival e risco dividem palmeirenses

O polêmico jogo de entregas para atrapalhar os arquirrivais no Brasileiro chegou a um paradoxo ainda maior.
Amanhã, no Pacaembu, o Palmeiras enfrentará o Vasco, que, por sua vez, disputa ponto a ponto o título do Nacional com o Corinthians.
Uma derrota vascaína pode fazer com que o Corinthians, que enfrenta o Ceará, abra vantagem -paulistas e cariocas têm 61 pontos.
E nenhum palmeirense quer ver seu rival se aproximar tanto assim do título.
Ocorre que, com 42 pontos, a equipe de Luiz Felipe Scolari ainda sofre risco de rebaixamento. Se perder amanhã, prejudicará o Corinthians. Mas, antes de tudo, verá aumentar seu risco de queda.
"Estamos esperando um jogo muito complicado em São Paulo, pois o Palmeiras ainda precisa somar pontos para poder afastar o risco de rebaixamento", declarou o zagueiro vascaíno Dedé.
A julgar pelo discurso adotado pelos palmeirenses, que anteontem empataram com o Grêmio e perderam a chance de se livrar do risco de degola, Dedé tem razão.
"Com 42 [pontos], ainda corremos risco. Se tivéssemos vencido, já não corríamos mais nenhum tipo de perigo", declarou Scolari, que já afirmou que mais uma vitória salvará o Palmeiras.
"Faltam quatro jogos, e vamos sair dessa situação. O jogo contra o Vasco será duríssimo", afirmou Luan.
"Se repetirmos a atuação que tivemos contra o Grêmio, teremos sucesso contra o Vasco", declarou Cicinho.
Nas redes sociais, os palmeirenses divergem sobre a partida de amanhã. Alguns sustentam que o time deve facilitar o jogo para os cariocas.
Curiosamente, o Corinthians também poderá ajudar um de seus maiores rivais.
O Ceará é o primeiro entre os últimos colocados -com 35 pontos, está em 17º. Uma vitória corintiana impediria que os cearenses diminuam a diferença de sete pontos que têm para o Palmeiras.
E a ajuda do Corinthians pode continuar: no domingo, o time de Tite pega o Atlético-MG, que tem só três pontos a menos que o alviverde.
Em 2009, palmeirenses e são-paulinos acusaram os corintianos de entregarem jogo para o Flamengo. No ano passado, o Corinthians, que disputava o título, queixou-se da falta de apetite de seus arquirrivais ante o Fluminense.
Em 2011, Corinthians e Palmeiras duelam na última rodada. Desta vez, não haverá entrega nem paradoxo.