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Com jovens talentos em campo e estilo vistoso de jogo, seleção alemã contraria sua tradição e se transforma em sensação da bola

RODRIGO BUENO
DE SÃO PAULO

Quem viu Alemanha x Holanda anteontem assistiu a um baile digno do Carrossel.
Não foram os holandeses que encantaram com futebol vistoso, dinâmico e revolucionário, mas sim os anfitriões alemães, associados historicamente ao futebol-força.
Kroos, 21, Badstuber, 22, Bender, 22, Hummels, 22, Müller, 22, Reus, 22, Boateng, 23, Höwedes, 23, Özil, 23, Aogo, 24, Khedira, 24, Neuer, 25.
Não são frutos da elogiada divisão de base do Barcelona nem são badalados meninos da Vila. Os jovens jogadores da Alemanha mudaram de vez a cara do futebol do país.
Sob o comando do técnico Joachim Löw, a seleção alemã chega ao ápice de um processo de reconstrução que começou na Copa de 2006, na própria Alemanha, quando Jürgen Klinsmann era o treinador e Löw era um auxiliar que cuidava da parte tática.
O terceiro lugar naquele Mundial rendeu em orgulho para o torcedor alemão, pois uma até então desacreditada Alemanha deu sinais de melhora acentuada, com direito a um futebol mais alegre.
O vice europeu em 2008 e o terceiro lugar na Copa-10 ampliaram a sensação de que algo de bom estava surgindo.
Agora, é difícil não se render ao talento e à arte do futebol alemão, que fez gol em todos os jogos do ano, com vitórias categóricas sobre rivais como Holanda (3 a 0), Brasil (3 a 2) e Uruguai (2 a 1).
Nos últimos quatro jogos, a Alemanha anotou três gols sempre. No ano, tem uma média de 2,76 tentos por partida. Fechou as eliminatórias com 100% de aproveitamento e não tem tropeçado em amistosos, como a Espanha.
Contra a Holanda, Müller, Klose e Özil fizeram os belos gols da pior derrota sofrida pelos holandeses em 15 anos.
"Foi um jogo embaraçoso. Perder de 3 a 0 de forma totalmente merecida dói. A Alemanha é incrivelmente forte ao recuperar a bola. Podiam fazer isso antes, mas agora eles podem jogar futebol também", afirmou Bert van Marwijk, o técnico da Holanda.
Anteontem, a Alemanha nem contou com dois de seus versáteis craques: Lahm, que atua nas duas laterais, e Schweinsteiger, atacante que virou magistral volante.
Uma das batalhas épicas do futebol alemão foi contra o Carrossel Holandês em 1974. Na final daquela Copa, a tida como melhor seleção alemã da história não era favorita, mesmo em casa.
Venceu por 2 a 1 e surpreendeu muitos, como já fizera diante da Hungria em 1954.
Desde que passou a reformular seu futebol, a Alemanha não triunfou mais. O último título de expressão da seleção foi a Euro de 1996. Neste século, as boas campanhas não resultaram em troféus, mas em bom futebol.
Desde a Copa de 2010, enquanto a Holanda apresenta um futebol burocrático e com jogadores duros e violentos, a Alemanha posa cada vez mais de sensação pela leveza, rapidez e movimentação.

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