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Edgard Alves

A faces do poder

Basquete muda e só admite uma reeleição na confederação; natação permite perpetuação

O esporte olímpico brasileiro tem uma semana nervosa pela frente, na qual mostra sua cara política "bipolar" com eleições no basquete e na natação, modalidades repletas de problemas e com desenvolvimento travado. As novas gestões serão responsáveis pelas seleções desses esportes na Olimpíada do Rio-2016.

Após alterar o estatuto, que passa a admitir apenas uma reeleição para a presidência da sua confederação, o basquete elege na quinta-feira o comando para a nova gestão. Carlos Nunes, que mudou o estatuto e tenta a reeleição, disputa o posto com o ex-presidente Gerasime Grego Bosikis.

Apesar do avanço, com a adoção do sistema de eleição mais democrático e dinâmico, e de ter conseguido classificar a seleção masculina para os Jogos de Londres, após ausência em três Olimpíadas, a CBB enfrenta situação financeira caótica, conforme já revelado neste espaço. Além disso, não consegue desenvolver a modalidade. Mesmo assim, em período pré-eleitoral, acaba de obter liberação de verba de R$ 14 milhões do Ministério do Esporte. Difícil entender.

No próximo sábado, ocorre a eleição para a presidência da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), a outra face, a da rotina de casos anacrônicos de perpetuação no poder. Nela, Coaracy Nunes pleiteia o sexto mandato.

Embora seja a primeira vez no último quarto de século que a disputa ocorre com oposição explícita, a chapa "Muda CBDA", encabeçada por Julian Romero, teve seu registro impugnado pela confederação e tenta validá-lo por decisão judicial. Oficialmente, só Coaracy Nunes, no cargo desde 1988, concorre.

A natação é o carro-chefe da CBDA, responsável por mais quatro modalidades -nado sincronizado, polo aquático, saltos ornamentais e maratona aquática. Sob a direção de Coaracy, o Brasil ganhou nove de suas 13 medalhas olímpicas.

Número positivo, aparentemente, levando-se em conta que o país entrou na natação olímpica em 1920 e ganhou sua primeira medalha apenas em 1952 (bronze, com Tetsuo Okamoto). Mas foram seis ciclos olímpicos, nos quais o respaldo financeiro cresceu de forma espantosa, especialmente na última década, com verbas públicas.

Em Londres, arrebatou uma prata, com Thiago Pereira, e um bronze, com Cesar Cielo. No feminino, sequer teve representante em finais.

A natação do país enfrentou ainda escândalos de doping, com 11 casos em 2011/2012. Até Cielo, seu principal astro, foi flagrado. Alegando contaminação de um suplemento alimentar de farmácia de manipulação, foi só advertido. A repatriação de atletas, que já haviam voltado a treinar aqui, está fracassando.

A CBDA segue um padrão no esporte brasileiro, com exemplo que vem de cima, no COB, em que Carlos Arthur Nuzman foi reeleito pela quarta vez.


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