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Paulo Vinícius Coelho

O dia seguinte

Dizer que Neymar não compensa o esforço é como imaginar que o Barcelona preferisse vender Messi

Ao mesmo tempo em que comemora o retorno de Neymar ao time titular, hoje, contra o Corinthians, o Santos começa a pensar no dia em que não terá mais sua maior estrela. Falta um ano e meio.

O Santos pensa a respeito. O futebol brasileiro, nem isso.

A estratégia santista segue a de renovar o contrato, em agosto de 2014, mas conversas com o pai do craque dão conta de que depois da Copa não há o que fazer. Neymar seguirá seu destino, seja no Barcelona, no Bayern ou em algum dos torneios catalogados entre os melhores do planeta. O Brasil não faz nenhum esforço para estar na lista.

Neymar está para o futebol desta década como Gustavo Kuerten estava para o tênis dos anos 90. Guga aumentou o interesse pelo esporte e o número de tenistas. Da quantidade seria viável extrair qualidade. Nada aconteceu!

Neymar, junto à legião de talentos repatriados ou importados -como Seedorf-, poderia ajudar a formar um calendário que lotasse estádios todos os dias. Não é assim.

Há críticas pelo Santos ficar sem nenhum centavo quando Neymar for embora -atenção para o interesse do grupo Sonda, dono de 45%, que ficará a ver navios.

A conta não é exata, porque o craque deixa na Vila entre 10% e 30% de seus contratos publicitários. Também permite ao Santos calcular o incalculável, quanto sua torcida aumentou e quanto cresceu seu potencial no mercado consumidor.

Dizer que Neymar não compensa o esforço é como imaginar que o Barcelona preferisse vender Messi a festejar seus gols. Messi recebe 16 milhões de euros por ano. Quando parar, o clube não ganhará nenhum centavo. Quantos milhões terá arrecadado? No Brasil, há 30 anos a lógica é revelar e vender. O clube ganha bastante dinheiro, mas está sempre endividado. A torcida passa anos para recuperar a alegria.

No Santos, existe a certeza de que se deve tentar repetir a operação Neymar. Talvez não exista um potencial tão grande, mas certamente vai se procurar na base. "Somos um dos clubes com mais tradição em construir times desde a formação. Depois de Pelé, a torcida teve relação especial com as gerações de Cláudio Adão, Juary, Robinho e Neymar. E temos uma nova fornada de esperanças", diz Luis Alvaro.

Isso passa pela capacidade de Muricy Ramalho promover e escalar garotos na hora certa. Pedro Castro, Leandrinho, Giva, Gabriel. Aos 16, contrato profissional recém-assinado, Gabriel é apontado como o mais promissor. Na dúvida entre contratar um jogador médio ou promover um menino, o Santos sabe que a segunda hipótese é melhor -claro, mesclando com experiência.

É provável que o futebol brasileiro não aproveite nada da operação Neymar. É mais provável que o Santos use a parte positiva da operação para tentar repetir as vantagens que ela trouxe. Em marketing e títulos.


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