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passeio
Caldeira voa e garante 1ª dobradinha
Duplo triunfo brasileiro na São Silvestre é feito inédito na história e faz país superar quenianos em número de vitórias
Corredor mineiro desabafa no fim e, debaixo de muita chuva, fecha ano de ouro de sua trajetória, com vitórias no Rio e em Belo Horizonte
Ayrton Vignola/Folha Imagem
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Sob chuva intensa, Franck Caldeira cruza a linha de chegada na avenida Paulista na 10ª vitória brasileira da SS com estrangeiros
GUILHERME ROSEGUINI
MARIANA LAJOLO
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Principal favorito para uma
São Silvestre bastante renovada, Franck Caldeira, 23, dominou a partir do elevado Costa e
Silva e disparou rumo ao pódio.
Conquistou sua primeira vitória e garantiu a primeira dobradinha brasileira na história
da prova, já que, no feminino, a
vencedora já havia sido a mineira Lucélia Peres.
"Tem gente que não acreditou e vão cansar de bater palma,
porque eu vou cansar de surpreender. Na falta do Marílson
e do Vanderlei [Cordeiro de Lima], eu carreguei o Brasil nas
costas. Por favor, passem a
acreditar em mim. O Brasil precisa de crédito para o atletismo
poder crescer", disse Caldeira,
desabafando ao fim da prova.
"Falo isso porque as pessoas
acreditam que o atletismo brasileiro é o Marilson e o Vanderlei. Hoje me coloco ao lado deles e não tenho medo de correr
contra ninguém."
Em 2005, um tropeço o impediu de completar o trajeto da
São Silvestre, na prova que celebrou o bicampeonato de Marílson Gomes dos Santos.
Com uma preparação física
invejável, o mineiro de Sete Lagoas encerrou ontem um ano
perfeito em sua carreira. Batia
no peito e mandava beijos pouco antes de cruzar, com
44min06s, 1min07s à frente do
vice, Clodoaldo Gomes.
Em 2006, além de vencer a
Meia-Maratona do Rio e a Volta da Pampulha, Caldeira alcançou o terceiro lugar no ranking nacional da maratona,
atrás de Marílson Gomes do
Santos e Vanderlei Cordeiro de
Lima, que não participaram.
Caldeira também é vice-líder
do ranking nacional dos 10 mil
metros e um dos pré-classificados para o Pan deste ano, com
índice para a maratona.
Foi a décima vitória brasileira no masculino desde que a
corrida passou a aceitar estrangeiros. Com isso, o Brasil desempatou a briga com o Quênia, que detém nove troféus.
A largada masculina da 82ª
edição da prova foi dada sob a
amena temperatura de 21 C,
mas com bastante chuva. Houve vários pontos alagados.
Franco favorito, o mineiro
apareceu no Minhocão liderando, seguido pelo queniano Kenneth Kosgei. O ritmo era forte.
"Minha estratégia foi correr
feito louco. Se alguém agüentasse, eu ia aproveitar meu pouco peso para ganhar na Brigadeiro", disse Caldeira.
Perto do Teatro Municipal,
depois do km 11, ele já abria
mais de 200 m em relação aos
seus perseguidores. Na subida
da Brigadeiro Luís Antônio,
Caldeira ainda sobrava, sem ser
incomodado pelo segundo colocado, Paulo Alves dos Santos.
Se havia então alguma emoção, era esperar um pódio brasileiro. A perspectiva se tornou
realidade quando Clodoaldo
Gomes se livrou de Javier Guarín, da Colômbia, e João
N'Tyamba, de Angola. Na Brigadeiro, ultrapassou Paulo.
A última dobradinha brasileira no pódio masculino havia
sido em 2003, com Marílson
em primeiro e Rômulo Wagner
em segundo. Ontem, uma trinca nacional foi saudada na chegada, na avenida Paulista.
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