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sem surpresa
Quênia triunfa de novo na São Silvestre
País africano ganha tanto no masculino quanto no feminino, e Brasil piora em relação ao fraco desempenho de 2008
James Kipsang é bi, e melhor brasileiro, apenas o oitavo; entre as mulheres, Pasalia Chepkorir vence pela 1ª vez, com brasileiras em 3º, 4º e 5º
Danilo Verpa/Folha Imagem
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Largada, na av. Paulista, da 85ª edição da São Silvestre, que contou com 20 mil participantes e teve como campeões James Kipsang e Pasalia Chepkorir, ambos do Quênia, o maior vencedor da prova
JOSÉ EDUARDO MARTINS
MARIANA LAJOLO
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os quenianos vencerem já
era esperado. Mas, além de
comprovar o domínios dos africanos, a 85ª edição da corrida
de São Silvestre viu o Brasil
amargar seu maior fiasco.
A exemplo do que ocorrera
em 2008, a prova masculina,
vencida por James Kipsang, assistiu a um pódio formado exclusivamente por estrangeiros,
com o melhor brasileiro, Clodoaldo Gomes, somente na oitava posição -na edição anterior, o país alcançara o sétimo
lugar, com Raimundo Aguiar.
E, no feminino, que salvara
os brasileiros no ano passado, o
pódio de Marily dos Santos,
terceira colocada, não apagou
que o país também piorou -em
2008, o Brasil ocupara do segundo ao quinto posto.
Ontem, o Quênia obteve sua
sexta dobradinha na São Silvestre. E Kipsang, 26, sagrou-se bicampeão da prova -ele vencera no ano retrasado.
"Não foi tão fácil ganhar desta vez. Tive problemas com a
umidade, estava quente e não
fiz o tempo que gostaria", lamentou o campeão, que, em
2009, já tinha vencido a Meia-Maratona de Roterdã.
Sem a chuva que era esperada, o tempo de Kipsang,
44min40s, ficou bem acima do
recorde da São Silvestre,
43min12s, obtido em 1996 por
outro queniano, Paul Tergat.
Kipsang foi seguido pelos
compatriotas Elias Kemboi e
Robert Cheruiyot e pelos colombianos Diego Colorado e
William Naranjo, que completaram o pódio da prova.
Pela oitava colocação, Clodoaldo terá R$ 1.000 de prêmio
-o campeão ganha R$ 28 mil.
Apontado como um dos favoritos, Franck Caldeira ficou em
23º lugar. "Hoje [ontem] mais
uma vez foi o dia deles [quenianos]. Os colombianos também
estavam bem, e nós, brasileiros,
não. É uma prova de alto nível,
e qualquer um que consegue
chegar entre os primeiros tem
que ser valorizado", declarou
Clodoaldo.
O brasileiro creditou a sua
ausência do pódio à recuperação de uma cirurgia no pé direito, em novembro. "Foi uma
prova de superação. É difícil
voltar depois de uma cirurgia."
Em toda a história da prova
mais tradicional do Brasil, os
quenianos aumentaram a sua
vantagem para as demais nações. Agora, no masculino, os
africanos somam 12 triunfos,
contra dez dos brasileiros -obtidos desde 1945, quando a prova se tornou internacional.
Com a vitória ontem de Pasalia Chepkorir na prova feminina, com o tempo de 52min30s,
o Quênia fechou 2009 com
atuação impressionante no
Brasil. Segundo levantamento
feito pela Folha, eles não venceram só 5 de 47 provas que
disputaram por aqui.
Para o país-sede da São Silvestre, o melhor momento foi
registrado nos três primeiros
quilômetros, quando o brasileiro Cristiano Machado, do Cruzeiro, ficou à frente, por pouco
tempo. Martin Sulle, da Tanzânia, assumiu a ponta em seguida, até o sexto quilômetro.
Kipsang passou a liderar na
avenida Rudge, no nono quilômetro. Ele e os outros terão o
prêmio após a divulgação do
antidoping -foram feitos dez
testes, 50% para cada sexo.
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