São Paulo, sexta-feira, 01 de janeiro de 2010

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sem surpresa

Quênia triunfa de novo na São Silvestre

País africano ganha tanto no masculino quanto no feminino, e Brasil piora em relação ao fraco desempenho de 2008

James Kipsang é bi, e melhor brasileiro, apenas o oitavo; entre as mulheres, Pasalia Chepkorir vence pela 1ª vez, com brasileiras em 3º, 4º e 5º

Danilo Verpa/Folha Imagem
Largada, na av. Paulista, da 85ª edição da São Silvestre, que contou com 20 mil participantes e teve como campeões James Kipsang e Pasalia Chepkorir, ambos do Quênia, o maior vencedor da prova

JOSÉ EDUARDO MARTINS
MARIANA LAJOLO
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os quenianos vencerem já era esperado. Mas, além de comprovar o domínios dos africanos, a 85ª edição da corrida de São Silvestre viu o Brasil amargar seu maior fiasco.
A exemplo do que ocorrera em 2008, a prova masculina, vencida por James Kipsang, assistiu a um pódio formado exclusivamente por estrangeiros, com o melhor brasileiro, Clodoaldo Gomes, somente na oitava posição -na edição anterior, o país alcançara o sétimo lugar, com Raimundo Aguiar.
E, no feminino, que salvara os brasileiros no ano passado, o pódio de Marily dos Santos, terceira colocada, não apagou que o país também piorou -em 2008, o Brasil ocupara do segundo ao quinto posto.
Ontem, o Quênia obteve sua sexta dobradinha na São Silvestre. E Kipsang, 26, sagrou-se bicampeão da prova -ele vencera no ano retrasado.
"Não foi tão fácil ganhar desta vez. Tive problemas com a umidade, estava quente e não fiz o tempo que gostaria", lamentou o campeão, que, em 2009, já tinha vencido a Meia-Maratona de Roterdã.
Sem a chuva que era esperada, o tempo de Kipsang, 44min40s, ficou bem acima do recorde da São Silvestre, 43min12s, obtido em 1996 por outro queniano, Paul Tergat.
Kipsang foi seguido pelos compatriotas Elias Kemboi e Robert Cheruiyot e pelos colombianos Diego Colorado e William Naranjo, que completaram o pódio da prova.
Pela oitava colocação, Clodoaldo terá R$ 1.000 de prêmio -o campeão ganha R$ 28 mil.
Apontado como um dos favoritos, Franck Caldeira ficou em 23º lugar. "Hoje [ontem] mais uma vez foi o dia deles [quenianos]. Os colombianos também estavam bem, e nós, brasileiros, não. É uma prova de alto nível, e qualquer um que consegue chegar entre os primeiros tem que ser valorizado", declarou Clodoaldo.
O brasileiro creditou a sua ausência do pódio à recuperação de uma cirurgia no pé direito, em novembro. "Foi uma prova de superação. É difícil voltar depois de uma cirurgia."
Em toda a história da prova mais tradicional do Brasil, os quenianos aumentaram a sua vantagem para as demais nações. Agora, no masculino, os africanos somam 12 triunfos, contra dez dos brasileiros -obtidos desde 1945, quando a prova se tornou internacional.
Com a vitória ontem de Pasalia Chepkorir na prova feminina, com o tempo de 52min30s, o Quênia fechou 2009 com atuação impressionante no Brasil. Segundo levantamento feito pela Folha, eles não venceram só 5 de 47 provas que disputaram por aqui.
Para o país-sede da São Silvestre, o melhor momento foi registrado nos três primeiros quilômetros, quando o brasileiro Cristiano Machado, do Cruzeiro, ficou à frente, por pouco tempo. Martin Sulle, da Tanzânia, assumiu a ponta em seguida, até o sexto quilômetro.
Kipsang passou a liderar na avenida Rudge, no nono quilômetro. Ele e os outros terão o prêmio após a divulgação do antidoping -foram feitos dez testes, 50% para cada sexo.


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