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Ex-astros do Corinthians buscam "Fiel" no 2º escalão
Enquanto equipe paulista nutre argentino Carlos Tevez como novo ídolo, veteranos Marcelinho, Ronaldo e Viola levam status do passado a clubes à margem dos holofotes
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles já ouviram seus nomes serem ovacionados por uma das
mais exigentes torcidas do Brasil.
Atraíram holofotes, ganharam dinheiro, provocaram polêmicas e
escreveram seu nome na história.
No momento em que celebra
sua mais cara contratação, o Corinthians vê seus três maiores ídolos ainda em atividade diante de
um novo desafio: defender equipes de pouca expressão ou que
andam em baixa nos últimos anos
e manter viva sua biografia.
Marcelinho deu ontem o primeiro passo. O meia-atacante voltou ao Brasil após dois anos -jogou no Gamba Osaka (Japão), Al-Nasser (Arábia Saudita) e Ajaccio,
modesto time francês- e foi
apresentado pelo Brasiliense, que
estréia na Série A do Brasileiro.
Marcelinho não terá como rivais dois de seus principais parceiros no Corinthians, que hoje
venera o argentino Carlos Tevez.
O atacante Viola acertou sua ida
ao Bahia, da Série B. O goleiro Ronaldo já está na ativa: disputa o
Paulista pela Portuguesa Santista.
Além das glórias no Corinthians
e da aversão à palavra aposentadoria, os três têm em comum o
status de astros nos novos clubes.
"Um jogador como Viola faz
falta na TV e nos jornais. O futebol nos últimos anos anda meio
frouxo. Falta polêmica, show",
diz, referindo-se a si mesmo na
terceira pessoa, como Pelé.
Dos três, o atacante de 36 anos é
o único que parece manter ímpeto dos tempos de Corinthians.
"Muitos buscam status, mas eu
queria tranqüilidade, qualidade
de vida. O projeto de crescer com
o clube, de buscar resultados,
também me atraiu. A questão financeira foi secundária", afirma
Marcelinho, 33, sem revelar o salário. Ele não quis falar em eventual volta ao clube paulista.
Quando retornou ao Brasil em
1998, após rápida passagem pela
Espanha, o meia-atacante teve seu
passe "leiloado" entre os quatro
grandes de São Paulo por meio do
"Disque Marcelinho" -seu passe
era da Federação Paulista.
Dono de dois Brasileiros pelo
Corinthians, o meia foi o único
dos três ídolos em atividade que
chegou à glória máxima do time:
o Mundial de Clubes, em 2000.
Ronaldo, que em 2004 jogou no
modesto Metropolitano, de Blumenau (SC), também teve motivo
singelo para retornar a São Paulo.
"Fui motivado pelos meus filhos e pelo projeto do clube. Eles
já começam a entender o que é essa coisa de autógrafo, vão ao treino comigo, é um barato", afirma
o pai de Lucas, 2, e Mateus, 1.
Aos 37 anos, o goleiro também
abandonou o hobby que o levou a
flertar com o palco. Em 1997, gravou CD com "Ronaldo e os Impedidos". "Hoje eu só canto canção
de ninar", afirma.
A tranqüilidade de hoje contrasta com a fama que os jogadores cultivaram no Corinthians.
Em 1991, Ronaldo e outros atletas
entraram em queda-de-braço
com Cilinho. O técnico foi demitido. Em 1998, por rusgas com Vanderlei Luxemburgo, foi dispensado após dez anos de titularidade.
Marcelinho também se envolveu em celeumas com companheiros e acabou levando a pior
em 2002. Desafeto de Luxemburgo e Ricardinho, o meia deixou o
clube e migrou para o Santos. O
caso foi parar na Justiça.
Já Viola mantém as características do atacante que imitou um
porco após marcar gol no primeiro jogo da final do Paulista-1993
-o Palmeiras acabou campeão.
Antes de acertar com o Bahia,
ele chegou a flertar com o Madureira, do Rio, clube que não figurou em nenhuma das três divisões
do Brasileiro-2004. Diz que não se
importa em jogar a Série B.
"Adoro desafios. Sabia que um
dia jogaria em um time do Nordeste", afirma o filho de baianos.
"Além disso, o Bahia está na
mesma proporção dos outros
grandes. Sempre lotou a Fonte
Nova, tem torcida fanática, estrutura excelente. Acho que está até
um pouco melhor que Corinthians, que sofre para colocar 10
mil pessoas no estádio."
Colaborou Marcelo Sakate,
da Sucursal do Rio
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