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VÔLEI
Pelo 5º ano seguido, time da cidade, comandado pelo olímpico Paulão, lidera média entre torcidas na Superliga
Maringá se fixa como 'capital do público'
Treino da equipe de vôlei do Maringá, que tem como dirigente...
... o ex-jogador Paulão, que tomou posse como diretor do Indesp
JOSÉ ALAN DIAS
da Reportagem Local
O mosaico no uniforme no qual
quase se confundem os nomes de
oito empresas é uma das singularidades do time de vôlei de uma cidade do noroeste do Paraná, o Maringá Vôlei Clube -na Superliga
masculina, Maringá/Telepar.
Numa época em que a principal
competição da modalidade teve
uma de suas partidas assistida por
35 pessoas, a equipe contabiliza a
melhor média de público entre as
concorrentes -1.645 pessoas.
Somente em casa, o time paranaense atraiu 14.921 pessoas, 82%
de seu público total (18.105), numa
média de 2.984 pessoas por jogo.
É o único de 24 times (12 no masculino e 12 no feminino) que tem
todos os seus jogos transmitidos
na TV, via emissoras regionais.
A ata de fundação do Maringá
data de 1º de agosto de 97.
Quinto colocado na Superliga,
com sete vitórias e quatro derrotas,
tem como presidente Paulo André
Jukoski da Silva, o Paulão, titular
na seleção brasileira ouro em Barcelona-92 e, desde quinta-feira
passada, diretor do Indesp (Instituto Nacional de Desenvolvimento
do Desporto) ao lado de outro medalhista, o iatista Lars Grael.
O Telepar/Maringá é, na verdade, "filho' do Cocamar, equipe
mantida pela então poderosa Cooperativa dos Cafeicultores de Maringá -cidade de 267 mil habitantes, distante 428 km da capital Curitiba- e que, devido a dificuldades econômicas da cooperativa, foi
desarticulada há duas temporadas.
Do Cocamar, "o time de Paulão"
herdou o apelo do público.
Por cinco anos seguidos, a cidade
paranaense liderou as estatísticas
de melhor público do torneio.
E não tem concorrente à altura: o
time de futebol profissional de Maringá, hoje uma fusão de clubes,
está rebaixado à segunda divisão
do Paranaense (leia texto ao lado).
"Quando vim jogar aqui (em
1994, no antigo Cocamar), me
apaixonei pela cidade e pelo entusiasmo da torcida. Trabalhar com
a equipe é a realização de um sonho, mas também o vejo como investimento, um projeto que vai dar
retorno", diz o gaúcho Paulão.
Com a previsão de gastos de R$
900 mil para a temporada, o Telepar/Maringá, segundo Paulão, tem
garantidos R$ 650 mil.
Esse valor é assegurado pela Telepar (a empresa telefônica do Paraná) e pela Audi (fabricante de
automóveis).
As negociações com o governo
estadual, que iria entrar com a parcela restante, emperraram em novembro, após a morte do secretário de Esportes.
Dos outros patrocinadores que
aparecem na camisa do time não
entra dinheiro, mas material ou
serviços.
Por conta disso o clube assegurou assistência médica aos atletas e
descontos de passagens em uma
companhia aérea.
Uma rádio FM faz a divulgação e
inclui "flashs" das partidas em sua
programação.
De um jornal, obteve a divulgação na mídia impressa.
"Tem ainda a academia de musculação e os restaurantes. Esses, eu
pago com faixas fixadas na quadra", explica Paulão, 35, que até no
ano passado se dividia entre jogador e empresário. Uma hérnia de
disco afastou-o das quadras.
A principal fonte de renda do Telepar, além do patrocínio, vem da
exploração da bilheteria e dos bares do ginásio Chico Neto, com capacidade para 6.000 pessoas.
Embora o melhor público oficial
(3.479 pagantes) do Telepar neste
ano tenha acontecido contra o Banespa, na sexta rodada, a média,
em casa, tem sido de 4.600.
Paulão obteve com a Telepar a
cessão de uma linha de 0800 (serviço telefônico no qual o assinante
não paga a chamada) para venda
de kits com produtos do clube.
Nesses kits, com preços que variam de R$ 24,90 a R$ 44,90, estão
disponíveis camisas do time e outros produtos, como chaveiros e
pôsteres e ingressos (vendidos nas
bilheterias a R$ 3,00).
Mas nem toda essa movimentação livra o time de apuros. "Ás vezes, o salário atrasa. A gente faz
acerto com o jogador e paga depois. Eles confiam", diz Paulão.
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