São Paulo, segunda-feira, 01 de março de 2010

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br

Viúvas de Douglas

NOS PRIMEIROS cinco minutos de jogo, Paulo Henrique Ganso matou a defesa do Corinthians duas vezes. Na primeira, rolou para Neymar tentar a finalização. Na segunda, começou a jogada do pênalti sofrido por Marquinhos, cometido por Roberto Carlos.
Depois da cobrança mal feita por Neymar, Ganso diminuiu seu ritmo no campo, mas o Santos não. Marquinhos invertia o posicionamento com Paulo Henrique. Ora ocupava o setor à direita do gramado, ora colocava-se como armador, por dentro.
O resultado imediato foi a folga na marcação de Ralf, substituído no intervalo por Jucilei. Em seguida, o passe da meia-direita, de Marquinhos, para Neymar marcar.
Enquanto o Santos escolhe quem arma seu time, sem sentir o desfalque de Robinho, o Corinthians parece refém de Elias. Tcheco posiciona-se pela faixa central do campo, mas o time não procura seu pé. Isso porque Tcheco não guarda posição ali.
Ora recua para a função de Elias, ora se desloca para a direita e abre o corredor para Elias ser o armador.
Ano passado, Elias aparecia como elemento-surpresa em vários momentos.
No Paulistão invicto, foi o melhor jogador do Corinthians. Mas a organização do jogo era missão de Douglas. Elias, o complemento.
Nesta semana, o Corinthians deixou claro que ainda é viúva de Douglas, que não tem um jogador para centralizar o jogo. É isso o que obriga Elias a sair. Contra o Santos, se saísse, abria mais o espaço para Ganso e Marquinhos. Se ficasse, aumentava o vácuo no setor de criação.
Não foi à toa, também, que Ronaldo saiu tanto da área contra o Racing, de Montevidéu, na quarta-feira. Tentava ocupar o vazio da armação.
Por mais que o Corinthians com nove homens tenha pressionado o Santos e quase empatado o clássico, é urgente falar sobre o problema. Ou testar o jogador do elenco que ainda tem condição de corrigir esse vazio: Danilo.
Mano pensa no meia, ex-São Paulo, mais pelo lado esquerdo da equipe. Ele pode até se dar bem ali, mas apenas se o time conseguir corrigir o vácuo de organização. Por ora, o Santos é quem mostra ser possível ter velocidade e cadência no mesmo time.



LEMBRANÇAS DE PITA
O meia Pita estreou no São Paulo em 1984 com três gols num 3 a 0 sobre a Ferroviária. Mas entrou no primeiro minuto de jogo, diferentemente de Fernandinho, que só jogou a segunda etapa e marcou quatro. A estreia extraordinária oferece opção para Ricardo Gomes. E risco para Dagoberto e Marcelinho Paraíba.



O MELHOR DO DIA
Rooney entrou no final da primeira etapa no lugar de Owen, que ia bem. Mudou Manchester United x Aston Villa. A equipe de Birmingham estava organizada com Milner inspirado e Agbonlahor nos contra-ataques. Mas o Manchester tinha o protagonista. Em 36 jogos, 28 gols. Rooney faz a diferença.



MAICON E DANIEL ALVES
Maicon brilhou e fez golaço pela Internazionale, na vitória de 3 a 2 sobre a Udinese. Daniel Alves voltou jogando bem pelo Barcelona, contra o Málaga. Com Elano machucado, é bem provável que Dunga faça a opção pelo lado direito com dois laterais no amistoso de amanhã. Segue sendo a seleção utilitária, candidata ao título na África do Sul pelos bons coadjuvantes que tem. Mas vai haver momento em que será necessário alguém para fazer a diferença.


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