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GINÁSTICA
Contrato de exclusividade com empresa de telefonia impede a estrela de assinar novos acordos de patrocínio
Efeito Daiane atrai parceiros para seleção
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Patrocinar Daiane dos Santos
hoje é o mesmo que dar recursos
para toda a seleção brasileira feminina de ginástica artística.
A atleta recebe em média duas
propostas por dia para novas parcerias, mas, segundo a Confederação Brasileira de Ginástica, está
privada de assinar contratos por
causa do compromisso firmado
em janeiro de 2002 com a Brasil
Telecom -pelo acordo, a empresa exige exclusividade da ginasta.
Diante dessa situação e sem poder interferir no contrato de Daiane, a CBG passou a direcionar os
potenciais patrocinadores para a
seleção brasileira feminina e para
os projetos da própria entidade.
"Somente dessa forma, quando
o patrocínio passa a ser da equipe
ou da CBG, é que conseguimos
conciliar a imagem da Daiane
com uma nova empresa", afirmou Vicélia Florenzano, presidente da confederação.
A dirigente, que há 30 anos atua
na ginástica e dirige a CBG desde
1991, acredita que a procura deve
duplicar após a etapa da Copa do
Mundo no Rio, que será realizada
a partir de amanhã no Riocentro.
"A Daiane está com uma série
de solo extraordinária. Na cidade
de Cottbus [na Alemanha, no início de março, também em uma
etapa da Copa], se houvesse nota
11, ela a tiraria."
De acordo com Vicélia, a nova
série de Daiane, baseada em uma
versão da música "Brasileirinho"
e que inclui sambadinhas, deve
render o ouro olímpico à atleta.
"Chamamos a Bárbara Laffranchi
[técnica da ginástica rítmica],
que é especialista em elementos
artísticos de séries ginásticas, e o
Rhony Ferreira, coreógrafo, que é
muito criativo. Além disso, há a
Nadja Ostapenko [coreógrafa da
seleção, mulher de Oleg, técnico
da equipe feminina]. Com isso,
nos cercamos de todos os lados
para garantir que a Daiane não
perca pontos na expressão teatral,
na plasticidade, pois nos movimentos acrobáticos ela está incrível. Ela será ouro em Atenas."
Vicélia disse ainda que desconhece qualquer intenção da atleta
de romper com a Brasil Telecom.
A empresa, que tem contrato com
Daiane até 2005, alega que deu
"um aumento substancial" à ginasta após o Mundial de Anaheim, realizado em agosto do ano
passado -a telefônica estaria pagando hoje R$ 15 mil à campeã
mundial do solo.
O diretor de marketing da CBG,
Marco Monteiro, afirmou que todos os contatos estão sendo remetidos para os projetos da CBG.
"Alguns não têm interesse em
comprar outro projeto que não
seja apenas a imagem da atleta,
mas isso tem sido raro. Há muitas
empresas estudando nossas propostas. Mostra que já há uma nova mentalidade sobre a ginástica."
Ele cita como exemplo uma empresa do ramo naval que, após o
primeiro contato, se prepara para
dar apoio a 15 ginastas.
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