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FUTEBOL
"Tranqüilo", técnico sugere a liberação de atletas hostilizados pela torcida
Fora da disputa, Leão quer dar início a novo Palmeiras
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O fim de um período em que ficar longe da disputa por títulos se
tornou rotina. É para isso que o
técnico Emerson Leão pretende
fazer servir a partida de hoje, contra o Rio Branco, pelo Paulista.
Sem chances de ver sua equipe
conquistar o Estadual, o treinador
já começa a programar o futuro
palmeirense na temporada.
Se dizendo "mais leve e tranqüilo", o treinador já não fala mais
dos compromissos que tem no
Paulista. O técnico pretende fazer
uma "reestruturação" no elenco
já a partir da próxima semana.
"Chega de sofrimento. Eu não
esperava que fosse tão penoso a
falta de título como é no Palmeiras", desabafou o treinador.
E, para isso, pretende sugerir à
diretoria a radicalização: "Acho
triste um atleta ser vaiado ou
ofendido antes de começar o jogo.
Eu prefiro que eles [jogadores] se
tornem felizes em outro lugar.
Tem atleta que está aqui nesta situação há quatro ou cinco anos",
disse o treinador. "Está na hora de
um novo Palmeiras. Eu sou do
tempo que os outros sabiam que
éramos os primeiros a ganhar."
Ultimamente, os jogadores hostilizados pelos torcedores palmeirenses têm sido os volantes Correa e Alceu, o lateral-esquerdo Lúcio e o atacante Washington.
Hoje, Leão tenta esboçar o tal
"novo Palmeiras". Ele escala um
time com apenas um dos nove jogadores do elenco que tem acima
de 30 anos: o meia Ricardinho.
Isso, porém, não é indício de
que Leão pretenda atender aos
apelos da diretoria, que sonha em
ver o elenco recheado por atletas
das categorias de base do clube.
"O que não pode é forçação de
barra. Não pode, só porque é da
base, passar a ter condições [de jogar no time principal]."
O treinador também aumentou
a lista de poupados. Sérgio, Gamarra, Daniel, Paulo Baier e Lúcio
juntam-se a Edmundo, Marcinho
e Alceu, que já ficaram de fora da
partida contra o Paulista.
A insatisfação com a realidade
palmeirense, que o treinador tem
demonstrado desde que o time
perdeu para o Paulista, na última
quarta-feira, e saiu matematicamente da luta pelo título estadual,
deixou a cúpula palmeirense
preocupada com uma possível
desistência de Leão.
O Paulista era considerado por
dirigentes e até pelo treinador a
grande chance de o clube voltar a
levantar um troféu importante e
aumentar a auto-estima.
Entre os dirigentes palmeirenses, essa hipótese é encarada como uma tragédia, já que não há,
na avaliação deles, nenhum outro
treinador disponível capaz de fazer o clube voltar a ganhar títulos.
Com relação a isso, Leão deixou
ontem bem claro o que pretende
para não deixar o clube. "Tem que
fazer um planejamento mais intenso e longo. Não pode todo ano
contratar e dispensar. Se este ano
for de sacrifício para o ano que
vem ser de perfeição, estou dentro", declarou o treinador.
No Rio Branco, o técnico Ruy
Scarpino fará apenas uma mudança na equipe. Vai colocar
Maurinho na lateral-esquerda, no
lugar de Vainer. O volante Diogo,
após o jogo de hoje, viaja a Portugal e se apresenta a seu novo clube, o Braga. Já Fabiano Gadelha
acertou com o São Caetano.
Colaborou a Agência Folha
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