São Paulo, sábado, 01 de abril de 2006

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FUTEBOL

"Tranqüilo", técnico sugere a liberação de atletas hostilizados pela torcida

Fora da disputa, Leão quer dar início a novo Palmeiras

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O fim de um período em que ficar longe da disputa por títulos se tornou rotina. É para isso que o técnico Emerson Leão pretende fazer servir a partida de hoje, contra o Rio Branco, pelo Paulista.
Sem chances de ver sua equipe conquistar o Estadual, o treinador já começa a programar o futuro palmeirense na temporada.
Se dizendo "mais leve e tranqüilo", o treinador já não fala mais dos compromissos que tem no Paulista. O técnico pretende fazer uma "reestruturação" no elenco já a partir da próxima semana.
"Chega de sofrimento. Eu não esperava que fosse tão penoso a falta de título como é no Palmeiras", desabafou o treinador.
E, para isso, pretende sugerir à diretoria a radicalização: "Acho triste um atleta ser vaiado ou ofendido antes de começar o jogo. Eu prefiro que eles [jogadores] se tornem felizes em outro lugar. Tem atleta que está aqui nesta situação há quatro ou cinco anos", disse o treinador. "Está na hora de um novo Palmeiras. Eu sou do tempo que os outros sabiam que éramos os primeiros a ganhar."
Ultimamente, os jogadores hostilizados pelos torcedores palmeirenses têm sido os volantes Correa e Alceu, o lateral-esquerdo Lúcio e o atacante Washington.
Hoje, Leão tenta esboçar o tal "novo Palmeiras". Ele escala um time com apenas um dos nove jogadores do elenco que tem acima de 30 anos: o meia Ricardinho.
Isso, porém, não é indício de que Leão pretenda atender aos apelos da diretoria, que sonha em ver o elenco recheado por atletas das categorias de base do clube.
"O que não pode é forçação de barra. Não pode, só porque é da base, passar a ter condições [de jogar no time principal]."
O treinador também aumentou a lista de poupados. Sérgio, Gamarra, Daniel, Paulo Baier e Lúcio juntam-se a Edmundo, Marcinho e Alceu, que já ficaram de fora da partida contra o Paulista.
A insatisfação com a realidade palmeirense, que o treinador tem demonstrado desde que o time perdeu para o Paulista, na última quarta-feira, e saiu matematicamente da luta pelo título estadual, deixou a cúpula palmeirense preocupada com uma possível desistência de Leão.
O Paulista era considerado por dirigentes e até pelo treinador a grande chance de o clube voltar a levantar um troféu importante e aumentar a auto-estima.
Entre os dirigentes palmeirenses, essa hipótese é encarada como uma tragédia, já que não há, na avaliação deles, nenhum outro treinador disponível capaz de fazer o clube voltar a ganhar títulos.
Com relação a isso, Leão deixou ontem bem claro o que pretende para não deixar o clube. "Tem que fazer um planejamento mais intenso e longo. Não pode todo ano contratar e dispensar. Se este ano for de sacrifício para o ano que vem ser de perfeição, estou dentro", declarou o treinador.
No Rio Branco, o técnico Ruy Scarpino fará apenas uma mudança na equipe. Vai colocar Maurinho na lateral-esquerda, no lugar de Vainer. O volante Diogo, após o jogo de hoje, viaja a Portugal e se apresenta a seu novo clube, o Braga. Já Fabiano Gadelha acertou com o São Caetano.


Colaborou a Agência Folha


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