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Suspeita de doping leva medalha de ré confessa
Federação de atletismo premia grega com prata de Marion Jones de Mundial
Ekaterini Thanou, que quer também ouro de Sydney-00, foi punida antes de Jogos de Atenas, em 2004, por forjar acidente e faltar a controle
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma decisão da Iaaf (entidade que comanda o atletismo)
colocou ainda mais fervura na
polêmica da redistribuição das
medalhas cassadas de Marion
Jones, que confessou ter usado
doping entre 1999 e 2001.
A entidade decidiu dar para
Ekaterini Thanou a prata nos
100 m do Mundial de Edmonton-01. "A decisão de cassar as
medalhas de Marion Jones foi
tomada pelo Comitê Executivo
em novembro. É estranho que
esse assunto tenha vindo à tona
agora", afirmou à Folha Nick
Davies, porta-voz da Iaaf.
Segundo Davies, quando a
Iaaf anunciou a retirada das comendas da norte-americana,
sua redistribuição entre as outras atletas seria automática.
"Quando Marion perdeu seu
resultado, as outras atletas foram promovidas, como é normal dentro das regras da Iaaf."
A campeã dos 100 m no
Mundial canadense foi a ucraniana Zhanna Block, outra corredora que teve seu nome envolvido no caso Balco, laboratório da Califórnia que fornecia
drogas para Marion Jones.
E o problema em premiar
Thanou é que a grega cumpriu
suspensão pouco tempo depois
daquela competição.
Na Olimpíada de Atenas-04,
ela e seu companheiro de treinos, o grego Kostas Kenteris,
forjaram um acidente de moto
para faltarem a um controle.
Flagrados na mentira, levaram
dois anos de suspensão e foram
excluídos dos Jogos.
"Não tínhamos escolha. Legalmente ela [Thanou] tinha
esse direito", disse Davies.
O problema é que a decisão
da Iaaf pressiona o Comitê
Olímpico Internacional a tomar medida semelhante para
os Jogos de Sydney-00, no qual
Marion Jones teve destituídos
três ouros e dois bronzes. Em
um de seus títulos, os 100 m, a
vice-campeã foi Thanou.
"O Comitê Executivo da Iaaf
decidiu que a decisão sobre a
Olimpíada deve ser tomada pelo COI. Até o momento, ela não
aconteceu", disse Davies, ao ser
questionado se a Iaaf iria interferir na escolha do comitê.
Jacques Rogge, presidente
do COI, já disse que não premiaria o doping. Uma das alternativas estudadas seria deixar
os 100 m sem vencedora -é o
que ocorre hoje no site da entidade, em uma pesquisa sobre
as medalhistas da competição.
Thanou, porém, garantiu que
iria até à Justiça para garantir
seu direito ao título. Já a jamaicana Tanya Lawrence, que chegou em terceiro nos 100 m, alega que era a única limpa e também reivindica a medalha.
Com agências internacionais
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