São Paulo, terça-feira, 01 de abril de 2008

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Suspeita de doping leva medalha de ré confessa

Federação de atletismo premia grega com prata de Marion Jones de Mundial

Ekaterini Thanou, que quer também ouro de Sydney-00, foi punida antes de Jogos de Atenas, em 2004, por forjar acidente e faltar a controle

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma decisão da Iaaf (entidade que comanda o atletismo) colocou ainda mais fervura na polêmica da redistribuição das medalhas cassadas de Marion Jones, que confessou ter usado doping entre 1999 e 2001.
A entidade decidiu dar para Ekaterini Thanou a prata nos 100 m do Mundial de Edmonton-01. "A decisão de cassar as medalhas de Marion Jones foi tomada pelo Comitê Executivo em novembro. É estranho que esse assunto tenha vindo à tona agora", afirmou à Folha Nick Davies, porta-voz da Iaaf.
Segundo Davies, quando a Iaaf anunciou a retirada das comendas da norte-americana, sua redistribuição entre as outras atletas seria automática.
"Quando Marion perdeu seu resultado, as outras atletas foram promovidas, como é normal dentro das regras da Iaaf."
A campeã dos 100 m no Mundial canadense foi a ucraniana Zhanna Block, outra corredora que teve seu nome envolvido no caso Balco, laboratório da Califórnia que fornecia drogas para Marion Jones.
E o problema em premiar Thanou é que a grega cumpriu suspensão pouco tempo depois daquela competição.
Na Olimpíada de Atenas-04, ela e seu companheiro de treinos, o grego Kostas Kenteris, forjaram um acidente de moto para faltarem a um controle. Flagrados na mentira, levaram dois anos de suspensão e foram excluídos dos Jogos.
"Não tínhamos escolha. Legalmente ela [Thanou] tinha esse direito", disse Davies.
O problema é que a decisão da Iaaf pressiona o Comitê Olímpico Internacional a tomar medida semelhante para os Jogos de Sydney-00, no qual Marion Jones teve destituídos três ouros e dois bronzes. Em um de seus títulos, os 100 m, a vice-campeã foi Thanou.
"O Comitê Executivo da Iaaf decidiu que a decisão sobre a Olimpíada deve ser tomada pelo COI. Até o momento, ela não aconteceu", disse Davies, ao ser questionado se a Iaaf iria interferir na escolha do comitê.
Jacques Rogge, presidente do COI, já disse que não premiaria o doping. Uma das alternativas estudadas seria deixar os 100 m sem vencedora -é o que ocorre hoje no site da entidade, em uma pesquisa sobre as medalhistas da competição.
Thanou, porém, garantiu que iria até à Justiça para garantir seu direito ao título. Já a jamaicana Tanya Lawrence, que chegou em terceiro nos 100 m, alega que era a única limpa e também reivindica a medalha.


Com agências internacionais

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