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1 é pouco
Brasil joga como rei do empate
Time de Dunga, que encara o Peru, precisa vencer para permanecer no top 4 sem depender de rivais
Com escalações cautelosas, treinador voltou para casa com um ponto em 6 dos 11 confrontos que disputou no classificatório para a Copa
Jorge Aráujo/Folha Imagem
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O meia-atacante Kaká, que se recuperou de lesão no pé esquerdo e hoje enfrenta o Peru pelas eliminatórias, participa de treino da seleção brasileira no Beira-Rio
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Se empatar muito significa
temor de perder, ninguém é hoje, na elite do futebol de seleções, mais medroso do que o
Brasil de Dunga nas eliminatórias, competição em que o time
nacional recebe hoje, às 22h10,
o Peru, em Porto Alegre.
Com escalações cautelosas
-enquanto muitas das grandes
seleções, como Holanda, Itália,
Argentina e Inglaterra, usam
três atacantes-, Dunga voltou
para casa com um ponto em 6
dos 11 jogos que disputou no
classificatório para o Mundial.
Isso significa uma participação de 54% dos empates nos resultados da seleção.
No resto das eliminatórias
sul-americanas, esse índice não
passa de 25%. Antes de Dunga,
o Brasil não havia empatado
30% das partidas valendo vaga
em Copa do Mundo. Na Europa, Espanha, Holanda e Inglaterra não fizeram jogos sem
vencedor no classificatório para a África do Sul-2010.
Os atletas da seleção não admitem que o excesso de empates se deve à cautela exagerada.
"Não é por causa da postura
tática do time que isso acontece. Cada jogo tem sua história, e
contra o Peru vamos ganhar",
promete o zagueiro Luisão.
Para Gilberto Silva, o problema foram os empates em casa.
"Fora de casa, muitas vezes empatar é um bom resultado. O
que não dá é para empatar no
nosso campo com Colômbia e
Bolívia. Contra o Peru, precisamos ter atitude de vencedor
desde o início, pressionando
sempre", falou o volante.
Lanterna das eliminatórias, o
Peru parece o rival ideal para
Dunga. Mas a Bolívia também
parecia, e o time verde, naquela
época o último colocado, segurou o zero no placar em pleno
Engenhão, no Rio.
E não fez isso só na base da
sorte, já que quase não foi incomodada pelo Brasil, que, segundo o Datafolha, só finalizou sete
vezes, sua segunda menor marca em todo este classificatório.
Na ocasião, Dunga não mudou o time, que sempre tem ao
menos dois volantes quase que
puramente marcadores (naquele dia, Josué e Lucas), dois
meias e dois atacantes.
Contra o Peru, o técnico faz
mistério. O mais provável é que
ele mantenha sua forma de jogar, com Kaká no lugar de Ronaldinho. Mas, para agradar à
torcida gaúcha, pode manter o
ex-gremista e sacar Elano, seu
xodó, ou até deixar Kaká apenas para o segundo tempo.
O Brasil começou a 12ª rodada na quarta posição, a última
que classifica para o Mundial
de forma direta -o quinto disputa uma repescagem.
Para não correr o risco de
perder o lugar no top 4 sem depender dos outros, o Brasil precisa vencer. "Não podemos empatar. Estamos num lugar perigoso na tabela, e só os três pontos servem", falou Anderson.
Depois de hoje, as eliminatórias só voltam em junho, quando o Brasil terá duas paradas
indigestas -vai a Montevidéu
enfrentar o Uruguai e recebe o
líder Paraguai, provavelmente
em uma capital nordestina.
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