São Paulo, quarta-feira, 01 de abril de 2009

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1 é pouco

Brasil joga como rei do empate

Time de Dunga, que encara o Peru, precisa vencer para permanecer no top 4 sem depender de rivais

Com escalações cautelosas, treinador voltou para casa com um ponto em 6 dos 11 confrontos que disputou no classificatório para a Copa


Jorge Aráujo/Folha Imagem
O meia-atacante Kaká, que se recuperou de lesão no pé esquerdo e hoje enfrenta o Peru pelas eliminatórias, participa de treino da seleção brasileira no Beira-Rio

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Se empatar muito significa temor de perder, ninguém é hoje, na elite do futebol de seleções, mais medroso do que o Brasil de Dunga nas eliminatórias, competição em que o time nacional recebe hoje, às 22h10, o Peru, em Porto Alegre.
Com escalações cautelosas -enquanto muitas das grandes seleções, como Holanda, Itália, Argentina e Inglaterra, usam três atacantes-, Dunga voltou para casa com um ponto em 6 dos 11 jogos que disputou no classificatório para o Mundial.
Isso significa uma participação de 54% dos empates nos resultados da seleção.
No resto das eliminatórias sul-americanas, esse índice não passa de 25%. Antes de Dunga, o Brasil não havia empatado 30% das partidas valendo vaga em Copa do Mundo. Na Europa, Espanha, Holanda e Inglaterra não fizeram jogos sem vencedor no classificatório para a África do Sul-2010.
Os atletas da seleção não admitem que o excesso de empates se deve à cautela exagerada.
"Não é por causa da postura tática do time que isso acontece. Cada jogo tem sua história, e contra o Peru vamos ganhar", promete o zagueiro Luisão.
Para Gilberto Silva, o problema foram os empates em casa. "Fora de casa, muitas vezes empatar é um bom resultado. O que não dá é para empatar no nosso campo com Colômbia e Bolívia. Contra o Peru, precisamos ter atitude de vencedor desde o início, pressionando sempre", falou o volante.
Lanterna das eliminatórias, o Peru parece o rival ideal para Dunga. Mas a Bolívia também parecia, e o time verde, naquela época o último colocado, segurou o zero no placar em pleno Engenhão, no Rio.
E não fez isso só na base da sorte, já que quase não foi incomodada pelo Brasil, que, segundo o Datafolha, só finalizou sete vezes, sua segunda menor marca em todo este classificatório.
Na ocasião, Dunga não mudou o time, que sempre tem ao menos dois volantes quase que puramente marcadores (naquele dia, Josué e Lucas), dois meias e dois atacantes.
Contra o Peru, o técnico faz mistério. O mais provável é que ele mantenha sua forma de jogar, com Kaká no lugar de Ronaldinho. Mas, para agradar à torcida gaúcha, pode manter o ex-gremista e sacar Elano, seu xodó, ou até deixar Kaká apenas para o segundo tempo.
O Brasil começou a 12ª rodada na quarta posição, a última que classifica para o Mundial de forma direta -o quinto disputa uma repescagem.
Para não correr o risco de perder o lugar no top 4 sem depender dos outros, o Brasil precisa vencer. "Não podemos empatar. Estamos num lugar perigoso na tabela, e só os três pontos servem", falou Anderson.
Depois de hoje, as eliminatórias só voltam em junho, quando o Brasil terá duas paradas indigestas -vai a Montevidéu enfrentar o Uruguai e recebe o líder Paraguai, provavelmente em uma capital nordestina.


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