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MOTOR
FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br @fabio_seixas
Pérez e o trunfo da primeira impressão
QUANDO WEBBER e Pizzonia dividiam a Jaguar, em 2003, o australiano invariavelmente largava na frente.
O amazonense e seu estafe diziam que era "marketing", uma estratégia do australiano para aparecer
no sábado e que isso não compensaria para o GP.
Era a primeira chance de
ambos numa equipe média.
Em 11 etapas, Webber
saiu oito vezes na frente do
colega. Na 12ª, havia um
substituto para o brasileiro.
Braço por braço, Pizzonia
era mais piloto. Mas automobilismo é mais que isso.
O "marketing" de Webber
-que vinha desde os tempos de Minardi, diga-se-
deu certo. Sem ser um gênio,
hoje corre na equipe campeã mundial e é concorrente
ao título. Pizzonia teve outras chances, mas não se firmou e hoje batalha por uma
vaga na Stock.
Um início comum, mas
caminhos tão diferentes. A
encruzilhada, a primeira impressão. Na máquina de
moer carne da F-1, conta
muito. Webber sacou isso.
Pizzonia preferiu impressionar no longo prazo.
Deu no que deu.
Piloto bom mostra o cartão de visitas logo de cara. É
o que a F-1 espera. É o que
Vettel, Hamilton e Kubica,
para falar dos recentes, fizeram em seus GPs de estreia.
É o que Pérez conseguiu em
Melbourne, no domingo.
Largando em 13º, o mexicano fez só um pit e cruzou a
linha de chegada em sétimo,
surpreendendo até mesmo a
Pirelli. Foi desclassificado
por um erro da equipe, mas
dane-se, deixou sua marca.
Em Sepang, com toda a
certeza será olhado de maneira diferente no paddock.
Sua carreira pode até não
dar certo, problemas acontecem, mas já ganhou enorme fôlego. Mais dois ou três
bons GPs, e o telefone do seu
agente começará a tocar.
Que me perdoe quem queria ler sobre asas móveis,
pneus coloridos, bicos flexíveis e energia cinética. Mas
ainda acho que a essência, o
que apaixona no automobilismo, é a aquela tal pecinha
atrás do volante.
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