DO ENVIADO A BRACKLEY

"E o Danilo, você o conhece? De onde ele é?", pergunta Gil de Ferran, em Brackley.
Ele se refere a Danilo Dirani, 22, cooptado pela BAR para participar de seu programa de desenvolvimento de jovens pilotos.
Paulistano, morando em Londres e de mudança para Oxford, Dirani tem uma trajetória curiosa. Por boa parte da carreira, viveu à sombra de Nelsinho Piquet. Mas isso acabou no mês passado.
Em 2002, na F-3 sul-americana, foi segundo colocado, atrás do filho do tricampeão da F-1. No ano seguinte, quando Nelsinho já estava na Inglaterra, levou o título.
Em 2004, o roteiro se repetiu. Nelsinho venceu a F-3 inglesa, Dirani foi o quinto. Agora, com o rival disputando a GP2, venceu as duas etapas já disputadas, em Donington, e luta para se tornar o 11º brasileiro campeão da categoria -Gil foi o sétimo.
A mudança começou em novembro. Convocado com outros oito pilotos, incluindo Nelsinho, para testar na BAR, acabou selecionado para integrar o programa. O amigo e adversário, não.
"Usamos apenas critérios técnicos para escolher os pilotos, não olhamos para o lado comercial", disse Jock Clear, engenheiro da BAR.
Durante três dias, os pilotos foram submetidos a entrevistas, a testes físicos e psicotécnicos e a exames com um carro de rua. O time, primeiro, escolheu os britânicos Adam Carroll (hoje na GP2) e James Rossiter (F-3 européia) e o sul-africano Alan Van der Merwe. Só no mês passado Dirani foi incluído no programa.
"Foi uma supersurpresa", diz Dirani. "Mas, pelo que disseram, fui bem em todos os testes. Estou animado."
Quase todo dia, pega a estrada para fazer exercícios físicos na academia da BAR e conviver com a equipe. Em março, Dirani participou de uma desgastante atividade motivacional: com outros 15 integrantes do time, escalou os 4.100 m do monte Kinbalu, em Sabah, na Malásia.
"Fiquei com os pés cheios de bolhas. Foi um sofrimento, mas foi legal. Se precisasse, eu subiria de novo", diz o piloto, que deve testar um F-1 no fim do ano. (FSX)


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