São Paulo, segunda-feira, 01 de maio de 2006

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BOXE

Após brasileiro reconquistar cinturão dos leves, equipe provoca Diego Corrales, único a derrotá-lo no profissionalismo

Campeão, Popó mira revanche com algoz

EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A MASHANTUCKET (EUA)

Momentos após Acelino Freitas, o Popó, bater o norte-americano Zahir Raheem por pontos na madrugada de ontem, sua equipe afirmou que um de seus próximos objetivos é a revanche contra Diego Corrales. Em 2004, o também americano tomou o cinturão dos leves do brasileiro, em sua primeira derrota profissional.
"Ele [Corrales] está correndo de nós", respondeu o técnico de Popó, o porto-riquenho Oscar Suarez, ao ser questionado sobre o rival, que em junho enfrenta o mexicano Jose Luis Castillo.
O promotor de Popó, o norte-americano Arthur Pelullo fez eco. "É isso o que nós queremos. Se Corrales tiver sorte o suficiente para passar por Castillo no terceiro combate entre os dois, vamos fazer a revanche com Popó."
Popó, no entanto, não comentou sobre o futuro durante a entrevista coletiva após a luta. Afirmou que seu plano era simplesmente retornar ao Brasil e reencontrar a mulher, Eliana, e o filho de sete meses, Acelino Popó.
O brasileiro conseguiu ontem recuperar o cinturão dos leves da Organização Mundial de Boxe.
O manager de Corrales, James Prince, ironizou a situação. Ao tomar conhecimento pela Folha da declaração de Suarez e ser questionado se gostaria de fazer uma revanche, respondeu: "Amaríamos uma revanche. Vá falar com aquele homem [apontando para Pelullo]. Ele sempre diz "não, não, não" para essa luta".
Mais tarde, Pelullo pediu que deixassem Popó em paz, para que ele pudesse apreciar a conquista do cinturão. "Ele esteve afastado da família durante meses e acabou de fazer uma luta duríssima. Não é a hora de pressioná-lo com questões sobre o que fará no futuro", disse o americano.
A vitória de Popó na disputa pelo título vago aconteceu por pontos, ao fim de 12 assaltos. O combate com Raheem foi marcado pela catimba do rival, que usou clinches, cabeçadas, golpes na nuca e até empurrões para a lona.
Ao fim da luta, o baiano fez o suficiente para convencer dois dos três jurados de sua vitória (116 a 112, 115 a 113 e 113 a 115).
Na contagem realizada pela Folha, o pugilista brasileiro ganhou oito assaltos e perdeu quatro.
"Não sei a que combate aquele jurado [Chuck Sammartino, que deu vantagem para o lutador americano] assistiu", lamentou Popó, 30, que mostrou durante o triunfo sobre Raheem, 29, uma mistura equilibrada de agressividade e técnica, mantendo, na maior parte do tempo, uma pressão controlada e constante.
Porém, em diversas oportunidades, ambos trocaram golpes mais potentes, que levaram perigo de um lado a outro.
Com a vitória, o cartel de Popó passou a registrar 38 vitórias, sendo 32 delas por nocaute, e uma derrota. Este é o quarto cinturão do brasileiro, que fora campeão superpena e leve anteriormente.
Também, pela primeira vez, o Brasil ostenta dois campeões mundiais de boxe simultaneamente -o outro é o pena Valdemir Pereira, o Sertão.
Raheem, que vinha de vitória importante sobre o ex-campeão Erik Morales, desceu do ringue com 27 vitórias e duas derrotas.


O jornalista Eduardo Ohata viajou a convite da Banner Promotions


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