São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2008

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JUCA KFOURI

Instinto assassino

No Morumbi, a Fiel empurrou o Corinthians a uma vitória épica e não deu trégua nem quando já goleava o Goiás

CHEGOU A ser impressionante.
O time corintiano parecia composto por 11 loucos de olhar assassino, embalados por outros 50 mil que os empurravam para uma aventura improvável.
E eles gostaram tanto do embalo que não paravam, nem mesmo quando já venciam por 4 a 0, aos 30min do primeiro tempo.
A pressão era tanta que os gols foram saindo como se fossem inevitáveis com Diogo Rincón aos 4min e aos 16min (2 a 0 que bastavam), com André Santos aos 22min e com Herrera aos 30min.
O Goiás deixava de ser esmeraldino para ser dourado, amarelo, de pavor, o Goiás do algoz Paulo Baier, da primeira divisão.
Fazia tempo, muito tempo que o corintiano não vivia noite parecida, na qual mais do que a técnica valia a entrega total, a superação.
Agora vem aí o São Caetano, tradicional azarão na vida corintiana, mas inferior ao Goiás e um rival que parece por encomenda, porque não exige deslocamento.
O sonho de garantir um lugar na Libertadores de 2009 permanece, por mais maluco que pareça dadas as fragilidades alvinegras, mas que limites há quando time e torcida vivem a mesma viagem?
Além do mais, se tão recentemente até o Paulista e o Santo André puderam, porque o Corinthians não haveria de poder?
E, se puder, vale repetir, a maratona da segunda divisão ficará incomparavelmente mais leve. Para tanto, é claro, será fundamental manter a humildade e os pés no chão, consciente das limitações e confiante na eletricidade que a Fiel é capaz de produzir.

Água no chope
Enquanto o Sport saboreia o champanhe do tricampeonato estadual na Copa do Brasil e segue adiante, eis que o Palmeiras vê sua cerveja perder o gás e ficar aguada na taça do Campeonato Paulista.
A goleada do rubro-negro na Ilha do Retiro foi daquelas indiscutíveis, com três gols de Romerito, por ironia um ex-corintiano. Terá sido um castigo aplicado pelo deus dos estádios em razão da farsa da Justiça Desportiva na questão do episódio no vestiário do São Paulo, em Palestra Itália? Ou da nenhuma questão em salvar as aparências ao fazer o inquérito policial sobre o caso sob a autoridade de um delegado do grupo de situação alviverde? Ou, ainda, pelo vexame que aconteceu na venda de ingressos para o jogo do domingo?
Seja qual for a resposta, o fato é que seu caro e bajulado treinador, a exemplo do que já acontecera em seus últimos dois anos na Vila Belmiro, segue custando mais do que o benefício que traz, mera constatação, nenhuma perseguição.

Propaganda pode?
A CBF proibiu a cervejinha nos estádios, medida que divide opiniões entre os especialistas que combatem a violência. Mas vá lá. O incompreensível está em que a medida parte de uma entidade cujo time, a seleção brasileira, faz propaganda de marca de cerveja.
Coerente é o campeoníssimo do skate, Bob Burnquist, que se recusa a fazer campanhas de refrigerantes porque diz para a filha de oito anos que a bebida não é saudável.


blogdojuca@uol.com.br


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