|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUCA KFOURI
Instinto assassino
No Morumbi, a Fiel empurrou o Corinthians a uma vitória épica e não deu trégua nem quando já goleava o Goiás
CHEGOU A ser impressionante.
O time corintiano parecia
composto por 11 loucos de
olhar assassino, embalados por outros 50 mil que os empurravam para
uma aventura improvável.
E eles gostaram tanto do embalo
que não paravam, nem mesmo
quando já venciam por 4 a 0, aos
30min do primeiro tempo.
A pressão era tanta que os gols foram saindo como se fossem inevitáveis com Diogo Rincón aos 4min e
aos 16min (2 a 0 que bastavam), com
André Santos aos 22min e com Herrera aos 30min.
O Goiás deixava de ser esmeraldino para ser dourado, amarelo, de pavor, o Goiás do algoz Paulo Baier, da
primeira divisão.
Fazia tempo, muito tempo que o
corintiano não vivia noite parecida,
na qual mais do que a técnica valia a
entrega total, a superação.
Agora vem aí o São Caetano, tradicional azarão na vida corintiana,
mas inferior ao Goiás e um rival que
parece por encomenda, porque não
exige deslocamento.
O sonho de garantir um lugar na
Libertadores de 2009 permanece,
por mais maluco que pareça dadas
as fragilidades alvinegras, mas que
limites há quando time e torcida vivem a mesma viagem?
Além do mais, se tão recentemente até o Paulista e o Santo André puderam, porque o Corinthians não
haveria de poder?
E, se puder, vale repetir, a maratona da segunda divisão ficará incomparavelmente mais leve.
Para tanto, é claro, será fundamental manter a humildade e os pés
no chão, consciente das limitações e
confiante na eletricidade que a Fiel é
capaz de produzir.
Água no chope
Enquanto o Sport saboreia o
champanhe do tricampeonato estadual na Copa do Brasil e segue
adiante, eis que o Palmeiras vê sua
cerveja perder o gás e ficar aguada
na taça do Campeonato Paulista.
A goleada do rubro-negro na Ilha
do Retiro foi daquelas indiscutíveis, com três gols de Romerito, por
ironia um ex-corintiano.
Terá sido um castigo aplicado pelo deus dos estádios em razão da
farsa da Justiça Desportiva na
questão do episódio no vestiário do
São Paulo, em Palestra Itália? Ou
da nenhuma questão em salvar as
aparências ao fazer o inquérito policial sobre o caso sob a autoridade
de um delegado do grupo de situação alviverde? Ou, ainda, pelo vexame que aconteceu na venda de ingressos para o jogo do domingo?
Seja qual for a resposta, o fato é
que seu caro e bajulado treinador, a
exemplo do que já acontecera em
seus últimos dois anos na Vila Belmiro, segue custando mais do que o
benefício que traz, mera constatação, nenhuma perseguição.
Propaganda pode?
A CBF proibiu a cervejinha nos
estádios, medida que divide opiniões entre os especialistas que
combatem a violência. Mas vá lá. O
incompreensível está em que a medida parte de uma entidade cujo time, a seleção brasileira, faz propaganda de marca de cerveja.
Coerente é o campeoníssimo do
skate, Bob Burnquist, que se recusa
a fazer campanhas de refrigerantes
porque diz para a filha de oito anos
que a bebida não é saudável.
blogdojuca@uol.com.br
Texto Anterior: Atletismo: Amputado ainda tenta ir a Pequim Próximo Texto: Fã de Marcos, Romerito vira carrasco Índice
|