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Promotoria investiga a conexão entre equipe e prefeitura de cidade mineira
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público de Minas Gerais investiga irregularidade no repasse de verba da
Prefeitura de Montes Claros
para o time de vôlei, criado no
ano passado. Uma lei orgânica
municipal impede a transferência de recursos da prefeitura para entidades administradas por parentes do prefeito.
Luiz Tadeu Leite (PMDB) é o
atual prefeito e há a suspeita de
que seu filho, Luiz Tadeu Martins Leite, conhecido como Tadeuzinho, seja diretor da equipe sensação da Superliga.
"A prefeitura alega que o filho do prefeito não é diretor do
time de vôlei. É apenas um colaborador, um voluntário. E é
isso o que nós vamos apurar",
diz o procurador Felipe Caires.
No próprio site da prefeitura,
no entanto, é possível encontrar notícias nas quais o filho do
prefeito é citado como um dos
diretores. A reportagem tentou
entrar em contato com a assessoria do Montes Claros, mas
não obteve resposta.
Para montar um time competitivo, a prefeitura injetou R$
550 mil, o que corresponde a
18% do orçamento dedicado à
Secretaria de Esportes. E ainda
se dispôs a reformar, por quase
R$ 2 milhões, o ginásio Tancredo Neves, o segundo maior de
Minas Gerais, com capacidade
para 12 mil pessoas. O ginásio,
aliás, manteve-se lotado em
quase toda a competição.
Curiosamente, no início da
Superliga, o nome da equipe
era associado a uma instituição
ligada à educação, a Funadem
(Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Educacional de
Montes Claros), por meio da
qual a prefeitura repassou verbas para criar o time de vôlei.
Com o investimento municipal e de alguns parceiros privados, a equipe traçou uma trajetória fulminante em apenas um
ano. Venceu o Mineiro, e, após
receber um convite da Confederação Brasileira de Vôlei,
chegou à Superliga. No ano em
que estreia, já atingiu à final.
Segundo o procurador Felipe
Caires, a prefeitura já assumiu
ter investido R$ 550 mil na
equipe na última temporada.
Neste ano, no entanto, todos os
recursos do time seriam de origem privada. O banco Bonsucesso tornou-se o principal patrocinador da equipe.
"Se for confirmada a denúncia [de que o diretor do time é o
filho do prefeito], a pessoa que
ordenou a liberação dos R$ 550
mil terá que devolver o recurso
para os cofres públicos", afirma
o procurador.
(MB)
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