São Paulo, sábado, 01 de maio de 2010

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Comitê questiona 3 estádios privados

Além do Morumbi, COL já põe em dúvida capacidade de financiamento de Beira-Rio e Arena da Baixada para Copa-2014

Há a possibilidade de troca de arenas ou cidades-sedes, por atrasos nas obras em mobilidade urbana, praças esportivas e aeroportos

DIMMI AMORA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Comitê Organizador Local da Copa-2014 já coloca em questionamento os três estádios privados do evento: Morumbi, Beira-Rio e Arena da Baixada. Há a possibilidade de alterações de arenas previstas para o Mundial ou de cidades- -sedes, segundo o organismo.
A pressão sobre a casa do São Paulo é conhecida e foi levada à Fifa. A novidade é que também há desconfiança sobre os estádios do Inter e do Atlético-PR.
Será a Fifa quem dará a palavra final sobre as arenas, provavelmente em setembro.
Os projetos de reforma dos três estádios privados são considerados pelo COL como perfumaria e estão sendo reprovados sucessivas vezes em avaliações técnicas da Fifa.
Há o temor de que os clubes não tenham recursos para as obras e estejam empurrando a solução para a frente, tentando ajuda emergencial do governo.
Os orçamentos de suas obras são, de fato, mais baixos do que nas arenas públicas.
Ao colocar em risco estádios privados na Copa, o COL vai em direção oposta ao discurso de seu presidente Ricardo Teixeira quando garantiu a organização do Mundial no Brasil. O cartola dizia que seria uma Copa sem dinheiro público em arenas, posição da qual recuou em declarações posteriores.
Se existe a possibilidade de troca de estádio, há ainda chance de alteração de cidade-sede, segundo membro do COL.
Atrasos nas obras de estádios e os problemas com aeroportos são os principais motivos.
Por enquanto, o comitê não trabalha com a hipótese de reduzir número de cidades. Mas a Folha apurou que o governo já está considerando esta possibilidade por atrasos em melhorias de infraestrutura.
Sem ter iniciada praticamente nenhuma das 84 principais obras, a Copa já está orçada em cerca de R$ 17 bilhões- R$ 5,5 bilhões com estádios e R$ 11,5 bilhões com transporte urbano. Outros R$ 4,5 bilhões devem ser gastos em aeroportos. Quase tudo é recurso da União, parte em financiamentos.
No caso dos estádios, o primeiro prazo para o início de obras foi ultrapassado. O segundo vence na segunda-feira e, das 12 cidades, apenas Belo Horizonte e Cuiabá iniciaram obras. A Fifa exige tudo pronto até o início de 2013.
Há estádios considerados excessivamente caros, como o de Brasília, com R$ 745,3 milhões.
Mas a preocupação principal continua sendo os aeroportos. De acordo com a Infraero, são 25 obras. Das 13 principais, três têm previsão de início em 2012, sete em 2011 e duas este ano.
"Não vamos esperar todos os projetos ficarem prontos para começar as obras. Vamos fazendo os projetos passo a passo, licitando e iniciando", explicou o diretor de engenharia da Infraero, Jaime Parreira.
Já as 48 obras de transporte urbano começarão a ter projetos analisados a partir de maio. Para o Ministério das Cidades, os prazos são confortáveis.
"Não aprovamos obras de metrô por causa do prazo. Não temos o mesmo compromisso dos estádios, que devem estar prontos antes", garantiu o ministro Márcio Fortes.


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