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Comitê questiona 3 estádios privados
Além do Morumbi, COL já põe em dúvida capacidade de financiamento de Beira-Rio e Arena da Baixada para Copa-2014
Há a possibilidade de troca de arenas ou cidades-sedes, por atrasos nas obras em mobilidade urbana, praças esportivas e aeroportos
DIMMI AMORA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Comitê Organizador Local
da Copa-2014 já coloca em
questionamento os três estádios privados do evento: Morumbi, Beira-Rio e Arena da
Baixada. Há a possibilidade de
alterações de arenas previstas
para o Mundial ou de cidades-
-sedes, segundo o organismo.
A pressão sobre a casa do São
Paulo é conhecida e foi levada à
Fifa. A novidade é que também
há desconfiança sobre os estádios do Inter e do Atlético-PR.
Será a Fifa quem dará a palavra final sobre as arenas, provavelmente em setembro.
Os projetos de reforma dos
três estádios privados são considerados pelo COL como perfumaria e estão sendo reprovados sucessivas vezes em avaliações técnicas da Fifa.
Há o temor de que os clubes
não tenham recursos para as
obras e estejam empurrando a
solução para a frente, tentando
ajuda emergencial do governo.
Os orçamentos de suas obras
são, de fato, mais baixos do que
nas arenas públicas.
Ao colocar em risco estádios
privados na Copa, o COL vai em
direção oposta ao discurso de
seu presidente Ricardo Teixeira quando garantiu a organização do Mundial no Brasil. O
cartola dizia que seria uma Copa sem dinheiro público em
arenas, posição da qual recuou
em declarações posteriores.
Se existe a possibilidade de
troca de estádio, há ainda chance de alteração de cidade-sede,
segundo membro do COL.
Atrasos nas obras de estádios
e os problemas com aeroportos
são os principais motivos.
Por enquanto, o comitê não
trabalha com a hipótese de reduzir número de cidades. Mas a
Folha apurou que o governo já
está considerando esta possibilidade por atrasos em melhorias de infraestrutura.
Sem ter iniciada praticamente nenhuma das 84 principais
obras, a Copa já está orçada em
cerca de R$ 17 bilhões- R$ 5,5
bilhões com estádios e R$ 11,5
bilhões com transporte urbano. Outros R$ 4,5 bilhões devem ser gastos em aeroportos.
Quase tudo é recurso da União,
parte em financiamentos.
No caso dos estádios, o primeiro prazo para o início de
obras foi ultrapassado. O segundo vence na segunda-feira
e, das 12 cidades, apenas Belo
Horizonte e Cuiabá iniciaram
obras. A Fifa exige tudo pronto
até o início de 2013.
Há estádios considerados excessivamente caros, como o de
Brasília, com R$ 745,3 milhões.
Mas a preocupação principal
continua sendo os aeroportos.
De acordo com a Infraero, são
25 obras. Das 13 principais, três
têm previsão de início em 2012,
sete em 2011 e duas este ano.
"Não vamos esperar todos os
projetos ficarem prontos para
começar as obras. Vamos fazendo os projetos passo a passo, licitando e iniciando", explicou o diretor de engenharia da
Infraero, Jaime Parreira.
Já as 48 obras de transporte
urbano começarão a ter projetos analisados a partir de maio.
Para o Ministério das Cidades,
os prazos são confortáveis.
"Não aprovamos obras de
metrô por causa do prazo. Não
temos o mesmo compromisso
dos estádios, que devem estar
prontos antes", garantiu o ministro Márcio Fortes.
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