São Paulo, sexta, 1 de maio de 1998

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Metade ainda quer que Zagallo fique

Dos entrevistados pelo Datafolha, 50% pedem a manutenção do técnico, enquanto 43% preferem a troca no comando da seleção brasileira Mesmo com derrota para Argentina, treinador deixa jogo de despedida com maior confiança dos paulistanos do que Parreira antes da Copa-94 da Reportagem Local


A 40 dias do início da Copa, 50% dos paulistanos querem que o técnico Zagallo siga no comando da seleção brasileira. Por outro lado, 43% preferem sua saída.
O time do Brasil perdeu anteontem para a Argentina por 1 a 0, no Maracanã, no último jogo da equipe no país antes de viajar para o Mundial da França.
O Datafolha entrevistou ontem 640 pessoas na capital paulista. A margem de erro da pesquisa é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos.
Dos entrevistados, 29% aprovam o trabalho de Zagallo (ou seja, classificam-no como "ótimo" ou "bom").
Já o índice de reprovação ("ruim" ou "péssimo") ficou em 25% -o maior já obtido por Zagallo desde que assumiu o comando da seleção.
O maior número atingido antes foi após a conquista da medalha de bronze nas Olimpíadas de 96: 19%. A seleção era considerada favorita para conquistar o ouro em Atlanta, mas acabou perdendo para a Nigéria nas semifinais.
Segundo a pesquisa feita ontem pelo Datafolha, o trabalho de Zagallo encontra maior aprovação entre as mulheres (35%, contra 23% dos homens).
A maior aprovação já conseguida por Zagallo aconteceu durante a Copa América de 95, no Uruguai, quando conseguiu o apoio de 69% dos paulistanos.
Na época, o Brasil havia se classificado para as quartas-de-final, após três vitórias na primeira fase (Equador, Peru e Colômbia).
Em 96, uma outra pesquisa Datafolha havia apontado aprovação dos paulistanos a Zagallo.
Antes do Pré-Olímpico em Tandil (Argentina), do qual o Brasil saiu campeão, 61% dos entrevistados aprovaram o trabalho do treinador brasileiro. Seu índice de rejeição era de apenas 3%.
Ao tomar conhecimento do resultado, Zagallo disse: "Essa pesquisa massageia o meu ego".
Entre os cotados para uma eventual substituição de Zagallo, dois nomes terminaram empatados tecnicamente na pesquisa: Wanderley Luxemburgo (treinador do Corinthians), com 35%, e Zico (atual coordenador), com 31%.
Mesmo dizendo ter gostado da indicação, Luxemburgo afirmou não querer o lugar de Zagallo. Apesar disso, o técnico disse no passado ter como objetivo chegar ao comando da seleção.
"O momento não é de troca. Apesar de respeitar muito o jornal (Folha), eu acho que a pesquisa foi feita em um momento inoportuno. Só cria uma instabilidade maior", disse Luxemburgo.
Apesar de a seleção ter vencido na despedida do Brasil em 94, o técnico à época, Carlos Alberto Parreira, verificava menor aprovação do que Zagallo tem após a derrota para a Argentina.
O último amistoso da seleção foi contra a Islândia, em Florianópolis. O Brasil venceu por 3 a 0, com gols de Zinho, Ronaldinho e Viola.
O trabalho de Parreira era aprovado por 27% dos paulistanos (contra 29% de Zagallo).
Apesar da maior aprovação, Zagallo tem também índice de reprovação maior que o de Parreira (25% a 21%).
No jogo de anteontem contra a Argentina, a seleção teve nota média 4,2. Em 94, a vitória sobre a Islândia havia recebido nota 7 por parte dos entrevistas.



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