|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Ministro do STJ rejeita recurso da CBF e mantém time do DF na Série A; Clube dos 13 pode criar liga no dia 5
Gama vence de novo na Justiça e apressa formação da liga
MARCELO DAMATO
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DO PAINEL FC
O Gama, equipe do Distrito Federal, conseguiu ontem mais uma
vitória na Justiça na sua luta para
disputar a Série A do Campeonato Brasileiro deste ano.
O ministro Antônio de Pádua
Ribeiro, do Superior Tribunal de
Justiça, rejeitou um recurso da
Confederação Brasileira de Futebol para cassar a liminar de um
juiz de primeira instância que garante o Gama na Série A.
No despacho, o ministro Pádua
Ribeiro rejeita de maneira categórica o recurso. Afirma, por exemplo, que ele não trouxe argumentos novos para contestar a decisão
do juiz que concedeu a liminar e
que a ação tentou levantar temas
ainda não julgados pela primeira
instância.
A decisão, por outro lado, aumenta a chance de ser criada a liga
brasileira de futebol, comandada
pelo Clube dos 13, cujos integrantes na quase totalidade não querem enfrentar o Gama.
No próximo dia 5, os 20 sócios
do Clube dos 13 reúnem-se no Rio
para decidir se criam a liga e quais
serão suas regras. Mas essa criação pode até não ocorrer, tal o número de divergências entre seus
membros. Um dos poucos pontos
em comum é que o Gama precisa
ficar fora.
O advogado da ação pró-Gama,
Paulo Goyaz, disse que a decisão
praticamente garante o clube do
Distrito Federal na Série A. Segundo ele, a CBF tem apenas uma
chance de recurso para tentar cassar a liminar, mas essa decisão dificilmente sairá antes do início da
competição, devido aos trâmites
da Justiça brasileira.
Como a confederação reconhece que as chances de obter uma vitória na Justiça ainda este ano são
mínimas, está transferindo o problema para o Clube dos 13.
A entidade já avisou que mandará um representante -provavelmente o secretário-geral Marco Antônio Teixeira- para se encontrar com Fábio Koff durante
seminário da Fundação Getúlio
Vargas para discutir a modernização do futebol brasileiro, na semana que vem.
Na ocasião, o presidente do Clube dos 13 apresentará ao dirigente
o projeto de liga e pedirá o aval da
CBF, que passaria a cuidar apenas
da seleção brasileira.
Independente do modelo adotado pela liga, que pode até mesmo impedir o rebaixamento dos
fundadores do Clube dos 13, a intenção da CBF é de apoiá-la.
No início do ano, a associação
comandada por Koff contratou
uma empresa de marketing para
lhe indicar um modelo de liga.
Como, pelo projeto, Fluminense e
Bahia seguiriam na Série B, ele
passou a ser questionado por Eurico Miranda, do Vasco, que tem
defendido os interesses do Flu.
Entenda o caso
O conflito Gama x CBF começou no final da primeira fase do
Brasileiro do ano passado. Na primeira rodada dessa competição, o
São Paulo goleou o Botafogo-RJ
por 6 a 1, usando o atacante Sandro Hiroshi.
Dois meses depois, o Tribunal
de Justiça Desportiva declarou
que o jogador estava em situação
irregular e deu os pontos do jogo
ao Botafogo-RJ. Posteriormente,
o Inter-RS, que empatara com o
São Paulo, foi beneficiado por
uma decisão semelhante do TJD.
Ao final da primeira fase, por
causa desses pontos, o Gama acabou rebaixado para a Série B.
Por isso, organizações de Brasília entraram na Justiça questionando a decisão, sob a alegação de
que o TJD usara uma versão ilegal
do Código Brasileiro Disciplinar
do Futebol.
No dia 21 de novembro, o Gama
ganhou a liminar que o reconduz
à Série A. Desde então a CBF vem
tentando cassá-la, sem sucesso.
Foram encaminhados três recursos, todos negados.
A CBF também tentou impedir
a participação do Gama na seletiva da Libertadores, na Copa Centro-Oeste e na Copa do Brasil.
Conseguiu nas duas primeiras,
mas não na última.
A Justiça igualmente barrou
uma tentativa da entidade de suspender o Gama por dívidas, o que
o impediria até de disputar o
Campeonato Metropolitano.
Texto Anterior: La Nación - de Buenos Aires: Brasil sofre com briga de torcidas Próximo Texto: Regras da liga causam racha no Clube dos 13 Índice
|