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Copa 2006
Com lesão no joelho direito,
volante embarca de volta
para o Brasil, de onde sai
hoje seu substituto, que
ontem atuou pelo São Paulo
Após esconder contusão, CBF corta Edmílson e leva Mineiro
Comissão técnica da seleção sabia do problema com jogador do Barcelona desde a semana passada
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A WEGGIS
O corte de Edmílson da seleção brasileira por causa de uma
lesão no joelho direito pegou
quase todos de surpresa. Menos a CBF, que sabia do problema desde o início da preparação, na semana passada. Mas
tratou de esconder o assunto.
O drama do atleta do Barcelona se tornou público ontem,
junto com a convocação de Mineiro, do São Paulo, para a sua
vaga. Mas se arrastava desde as
semifinais da Copa dos Campeões da Europa, quando sentiu as primeiras dores.
Em Weggis, logo no segundo
treino, na semana anterior, ele
se queixou à comissão. Mas o
site da CBF registrava, na sessão boletim médico, não haver
ninguém no departamento.
A página que, conforme definição da CBF, tem "a prevalência de notícias de bastidores,
envolvendo situações a que a
imprensa não terá acesso [incluindo o boletim médico]",
omitiu a lesão de Edmílson até
o anúncio do corte.
A Folha ligou até 0h32
(19h32 de ontem no horário de
Brasília) para a assessoria de
imprensa da CBF, mas os telefonemas não foram atendidos.
No amistoso de anteontem à
noite, contra o Lucerna, na Basiléia, o volante sentiu as dores
mais agudas na Suíça -após a
partida, o técnico Carlos Alberto Parreira festejara publicamente que ninguém no time tinha se machucado.
Ele entrou no segundo tempo e foi até o fim, mas alertou o
médico José Luiz Runco para o
inchaço em seu joelho. Um
exame feito ontem revelou
uma lesão no menisco lateral
"incompatível com a prática
esportiva", segundo Runco.
Com o resultado em mãos, o
médico reuniu Edmílson, toda
a comissão técnica, o chefe da
delegação, Marco Polo Del Nero, e o capitão Cafu para anunciar que o volante estava fora
da Copa da Alemanha.
Às 17h32 (da Suíça), o corte
era registrado no site da confederação brasileira. Cerca de 30
minutos antes, em prantos, Edmílson telefonara para parentes e amigos. Contou que o
Mundial acabara para ele.
Em seguida, o volante deu
uma entrevista coletiva e começou a desvendar a história
que ajudou a esconder.
Falou das dores no Barcelona e em dois treinos. Disse que,
orientado por Runco, tomou
antiinflamatório. "No intervalo
do amistoso, voltou a inchar.
Ele me mostrou e afirmou: "Assim vai ficar difícil'", contou
Runco, que afirmou não saber,
até o segundo treinamento, das
dores sentidas no Barcelona.
Apesar do alerta do jogador
logo no início dos trabalhos na
Suíça, ele não foi poupado. Pelo
contrário, era o mais vigoroso
nos trabalhos com bola.
Envolveu-se na única polêmica entre os atletas desde que
a equipe de Parreira chegou à
Suíça. Trocou botinadas com o
atacante Adriano nos treinos.
Colegas de Edmílson também não sabiam do risco de ser
cortado que ele vinha enfrentando. Só o ouviram narrar a
história ontem, pouco antes de
embarcar. Ficaram surpresos
ao saber que ele já sentira dores na Copa dos Campeões.
Todos se despediram do colega. E classificaram o ambiente na concentração após a cena
de triste e pesado, justamente
após a primeira folga desde a
apresentação para a Copa.
No Brasil, amigos do atleta
também disseram que não sabiam de nada até ontem. Ao conhecerem a história, estranharam o volante não ter sido poupado de trabalhos com chuva.
Menos de uma hora antes de
o corte tornar-se público, o
preparador físico Moraci Sant'
Anna dizia que os treinamentos com chuva e frio aumentam
os riscos de contusão.
O jogador do Barcelona deixou a Suíça por volta das 22h
locais, com chegada ao Brasil
prevista para as 5h de hoje.
O substituto de Edmílson é
esperado pela comissão técnica
amanhã na Suíça. Ontem à noite, pelo São Paulo, Mineiro enfrentou o Fluminense.
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