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Copa 2006
"Anestesiado", volante sobe escada sem mancar
Antônio Gaudério - 30.mai.06/Folha Imagem
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O volante Edmílson chuta no segundo tempo contra o Lucerna, em que atuou por 26 minutos |
Edmílson é barrado por seguranças e se contradiz em entrevista
Parreira e Zagallo choram após o jogador do Barcelona receber a informação de que seria cortado do time devido à lesão no joelho direito
DOS ENVIADOS A WEGGIS
"Meio anestesiado" após ser
cortado da Copa da Alemanha
por uma lesão no joelho direito,
o volante Edmílson viveu fatos
inusitados antes de deixar, na
noite de ontem, a cidade de
Weggis. Ele chegaria ao Brasil
por volta das 5h de hoje.
No trajeto até a sala de imprensa, onde concedeu entrevista coletiva, o jogador do Barcelona, que acabara de deixar a
equipe por contusão, foi obrigado a subir cerca de 50 degraus. Em silêncio, andou rápido na escada e não mancou.
Minutos antes, o volante já
fora barrado por seguranças da
entrada da sala de imprensa.
Eles exigiam que o atleta, que
estava com o uniforme completo da seleção, mostrasse sua
credencial para entrar. Sem ter
o documento, Edmílson teve
que andar cerca de 300 metros
no frio de menos de 10C até
chegar à escada dos atletas.
"Esta situação tem sido muito difícil. Estou meio anestesiado", comentou o volante, na
abertura da entrevista.
Edmílson era a principal opção do técnico Carlos Alberto
Parreira em caso de o quarteto
ofensivo da seleção não ser
aprovado durante o Mundial.
"Batalhei bastante para estar
na Copa, mas infelizmente
aconteceu [a contusão]", disse
o jogador, que chorou.
Fã do futebol do atleta, Parreira aguardava com ansiedade
a recuperação de Edmílson,
que ficou cerca de oito meses
parado por causa de contusão
no joelho ocorrida em 2004.
Sem saber ao certo o motivo
da lesão, o volante acredita que
o problema que o tirou da Copa
ocorreu em virtude ""da sobrecarga'" de partidas nesta temporada. O Barcelona foi campeão da Copa dos Campeões e
do Campeonato Espanhol.
"Infelizmente, acabei sentindo aqui, mas já estava com esse
incômodo desde o jogo de volta
contra o Milan pela Copa dos
Campeões [há mais de um
mês]", disse ele. Na sexta-feira,
porém, afirmara em Weggis
que estava se sentindo bem.
Anteontem, deixou o amistoso contra o Lucerna com o joelho inchado. Ontem, foi submetido a uma ressonância magnética no joelho.
"Disse que queria continuar.
Nos últimos dias, estava levando esta situação na raça, mas
aceito a decisão da comissão
técnica", contou o jogador, que
foi informado sobre o corte no
vestiário da arena em Weggis.
"O Cafu, o Zagallo e o Parreira foram sensacionais. Não me
esquecerei deles", completou.
Assim como Edmílson, Zagallo e Parreira chegaram a chorar no vestiário logo após a decisão ter sido anunciada.
O capitão Cafu foi o jogador
que mais apoiou o volante. Em
2002, o lateral-direito já havia
consolado outro volante cortado às vésperas de um Mundial,
Emerson, atual titular do time.
"Fiquei mais fã dele", disse
Edmílson, que vai conversar
com os médicos do Barcelona
para decidir o local da cirurgia.
Embora tenha admitido que
tentou convencer a comissão
técnica a permanecer no grupo,
Edmílson disse que preferiu
voltar ao Brasil após o corte.
"Gosto de estar por inteiro
no meu trabalho. Nem conseguiria dormir se ficasse em
Weggis", declarou o jogador,
que pretende voltar a jogar na
seleção depois do Mundial da
Alemanha. ""Estou indo embora, mas sei que vou voltar e ajudar o Brasil a ganhar títulos", finalizou ele, que foi titular na
conquista da Copa-02. Atuava
como zagueiro no esquema de
Luiz Felipe Scolari.
(PAULO COBOS, RICARDO PERRONE, SÉRGIO RANGEL E
EDUARDO VIEIRA DA COSTA)
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