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Maratona de SP serve de consolo a não-olímpicos
Cinco dos nove brasileiros que fizeram índice, mas não irão participar da Olimpíada de Pequim, correm na prova de hoje
Técnicos divergem sobre se alterações no percurso irão facilitar obtenção de marcas por atletas que já miram índice para Mundial de 2009
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Maratona de São Paulo,
que será hoje nas ruas da capital paulista, servirá de consolo
para os atletas que tiveram suas
ambições olímpicas frustradas.
O Brasil teve 13 corredores
que fizeram índice (A ou B) para estar nos Jogos Olímpicos.
Desses, só quatro irão de fato
competir na China, em agosto:
Marilson Gomes dos Santos,
José Teles de Souza, Franck
Caldeira e Marily dos Santos.
Cinco dos nove brasileiros
barrados da maratona olímpica
estarão em ação hoje: Cosme
Anselmo de Souza, Adriano
Bastos, Luís Paulo Antunes,
Marizete Moreira dos Santos e
Maria Zeferina Baldaia.
A ausência mais sentida é a
de Vanderlei Cordeiro de Lima.
Bronze na maratona olímpica de Atenas-04, o fundista ficou fora da corrida pelo ouro
em Pequim por ter cravado o
quarto melhor índice do Brasil
-cada país só pode enviar três
competidores para a maratona.
Vanderlei se recupera de
uma inflamação na coxa esquerda. E, fora da Olimpíada, já
estabeleceu outra prioridade.
"Ele quer disputar o Mundial
de meia-maratona e está animado para competir no Rio [em
outubro]", conta o técnico Ricardo D'Angelo, referindo-se
ao evento em que o Brasil poderá ter cinco atletas na largada.
Outra esportista atrapalhada
por lesões, porém, estará de
volta hoje. Vice-campeã em
2007, Marizete dos Santos se
recuperou de contusão no tendão-de-aquiles esquerdo que a
afastou das ruas por sete meses.
"Isso me atrapalhou na busca
por índice para a Olimpíada,
mas estou voltando à melhor
forma", diz a baiana, que fez índice B, mas só iria aos Jogos se
ninguém fizesse o índice A, obtido por Marily em abril.
Para os treinadores, o momento é de passar uma borracha sobre as frustrações da corrida olímpica e projetar tempos
melhores para o futuro.
"Meu pessoal já está preocupado em fazer uma boa prova
para correr até o final do ano
uma maratona lá fora, pensando em índice para o próximo
Mundial [em Berlim-2009]",
conta Luiz Antônio dos Santos,
técnico de oito fundistas -cinco quenianos e três brasileiros- em ação nesta manhã.
Santos, vencedor da primeira
edição da Maratona de São
Paulo, em 1995, afirma que a
ausência dos classificados para
Pequim não irá diminuir o nível técnico da competição.
"Respeito as marcas feitas
por esses atletas. Corri maratona e sei como é difícil. Mas o
Brasil tem muitos fundistas de
bom nível. Acredito que temos
uns dez corredores em condições de vencer", analisa ele.
Opinião semelhante tem
Cláudio Castilho, treinador de
Baldaia. "O masculino terá uma
disputa interessante devido ao
número razoável de atletas de
elite. No feminino, o nível cai
bastante. A disputa será, no
máximo, entre cinco atletas."
Os treinadores divergem
quanto às mudanças de percurso da prova, que terá largada na
avenida Roberto Marinho e seguirá pela ponte Octavio Frias
de Oliveira. "Com tempo favorável, acredito que as marcas
serão mais fortes", diz Santos.
"Ter a subida na ponte logo
no início é um fator negativo. E
o restante do percurso me parece lento", opina Luiz Bernabeu, técnico da equipe VO2.
NA TV - Maratona de São Paulo
Globo, ao vivo, às 8h55
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