São Paulo, domingo, 01 de junho de 2008

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Maratona de SP serve de consolo a não-olímpicos

Cinco dos nove brasileiros que fizeram índice, mas não irão participar da Olimpíada de Pequim, correm na prova de hoje

Técnicos divergem sobre se alterações no percurso irão facilitar obtenção de marcas por atletas que já miram índice para Mundial de 2009


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Maratona de São Paulo, que será hoje nas ruas da capital paulista, servirá de consolo para os atletas que tiveram suas ambições olímpicas frustradas.
O Brasil teve 13 corredores que fizeram índice (A ou B) para estar nos Jogos Olímpicos.
Desses, só quatro irão de fato competir na China, em agosto: Marilson Gomes dos Santos, José Teles de Souza, Franck Caldeira e Marily dos Santos.
Cinco dos nove brasileiros barrados da maratona olímpica estarão em ação hoje: Cosme Anselmo de Souza, Adriano Bastos, Luís Paulo Antunes, Marizete Moreira dos Santos e Maria Zeferina Baldaia.
A ausência mais sentida é a de Vanderlei Cordeiro de Lima.
Bronze na maratona olímpica de Atenas-04, o fundista ficou fora da corrida pelo ouro em Pequim por ter cravado o quarto melhor índice do Brasil -cada país só pode enviar três competidores para a maratona.
Vanderlei se recupera de uma inflamação na coxa esquerda. E, fora da Olimpíada, já estabeleceu outra prioridade.
"Ele quer disputar o Mundial de meia-maratona e está animado para competir no Rio [em outubro]", conta o técnico Ricardo D'Angelo, referindo-se ao evento em que o Brasil poderá ter cinco atletas na largada.
Outra esportista atrapalhada por lesões, porém, estará de volta hoje. Vice-campeã em 2007, Marizete dos Santos se recuperou de contusão no tendão-de-aquiles esquerdo que a afastou das ruas por sete meses.
"Isso me atrapalhou na busca por índice para a Olimpíada, mas estou voltando à melhor forma", diz a baiana, que fez índice B, mas só iria aos Jogos se ninguém fizesse o índice A, obtido por Marily em abril.
Para os treinadores, o momento é de passar uma borracha sobre as frustrações da corrida olímpica e projetar tempos melhores para o futuro.
"Meu pessoal já está preocupado em fazer uma boa prova para correr até o final do ano uma maratona lá fora, pensando em índice para o próximo Mundial [em Berlim-2009]", conta Luiz Antônio dos Santos, técnico de oito fundistas -cinco quenianos e três brasileiros- em ação nesta manhã.
Santos, vencedor da primeira edição da Maratona de São Paulo, em 1995, afirma que a ausência dos classificados para Pequim não irá diminuir o nível técnico da competição.
"Respeito as marcas feitas por esses atletas. Corri maratona e sei como é difícil. Mas o Brasil tem muitos fundistas de bom nível. Acredito que temos uns dez corredores em condições de vencer", analisa ele.
Opinião semelhante tem Cláudio Castilho, treinador de Baldaia. "O masculino terá uma disputa interessante devido ao número razoável de atletas de elite. No feminino, o nível cai bastante. A disputa será, no máximo, entre cinco atletas."
Os treinadores divergem quanto às mudanças de percurso da prova, que terá largada na avenida Roberto Marinho e seguirá pela ponte Octavio Frias de Oliveira. "Com tempo favorável, acredito que as marcas serão mais fortes", diz Santos.
"Ter a subida na ponte logo no início é um fator negativo. E o restante do percurso me parece lento", opina Luiz Bernabeu, técnico da equipe VO2.


NA TV - Maratona de São Paulo
Globo, ao vivo, às 8h55



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