Time ignora plano de rival, que usou reservas, e festeja 3ª posição no Brasileiro

Santos 3
Corinthians 1

CAROLINA ARAÚJO
PAULO GALDIERI
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTOS

No clássico esvaziado -no campo e nas arquibancadas-, cada um encarou os 3 a 1 para o time da Baixada do jeito que mais lhe convém.
Para o Santos, uma vitória sobre o campeão paulista, com gosto de vingança pela perda do título. Para o Corinthians, uma derrota com o time reserva.
Os donos da casa resolveram desconsiderar a ausência dos principais jogadores do Corinthians. Celebraram os 3 a 1 sobre os seus maiores rivais após serem superados na final do último Paulista, com direito a desperdício de chances para golear e gritos de olé, orquestrados pelos torcedores.
Festa que começou logo após o apito final do árbitro Leandro Vuaden, com abraços entre os santistas e exaltação pelo feito no Brasileiro, que tem o time dirigido por Vagner Mancini em terceiro, com oito pontos.
"Não quero ninguém falando que vencemos o time B. O Corinthians jogou com o B porque quis", disse o lateral-esquerdo Léo. "E, se eles jogassem com o principal, perdiam também", acrescentou o jogador.
"Eles deram trabalho para caramba. Não interessa quem era. Era o time do Corinthians que estava ali", comentou o zagueiro santista Fabão.
"Ia ser uma partida boa. E pelo o que a gente jogou, poderíamos sair com a vitória", declarou Madson, autor do último gol e um dos destaques do Santos na partida -o outro foi o meia Paulo Henrique, que marcou os outros dois tentos.
No Corinthians, que está na parte de baixo da tabela, com quatro pontos, a queda diante de um tradicional adversário não virou motivo para explicações ou quaisquer cobranças.
"Tentamos, mas não conseguimos. Ainda criamos algumas chances", disse o zagueiro Jean. "Mas o importante mesmo para nós é a quarta-feira."
Aos corintianos, sobrou até espaço para provocações, mesmo com o resultado desfavorável. "Passar o pé em cima da bola agora é fácil", afirmou o meia Morais, relembrando que foi campeão paulista em cima dos adversários de ontem.
Até a torcida corintiana, normalmente sisuda em momentos de reveses, entendeu o triunfo do Santos sobre sua equipe reserva como normal. Enquanto os santistas gritavam "olé", os corintianos exaltavam o título do Estadual, com berros de "é campeão".
Mesmo antes da partida, o técnico corintiano já tratava de "esperar" uma derrota. "Se vencermos será uma surpresa para mim", disse o treinador.
Durante a partida, no entanto, poucos foram os momentos em que o Corinthians se aproximou de "surpreender".
Mesmo tentando apertar a saída de bola santista, a equipe não conseguia ficar no ataque e era acuada pelos donos da casa, que não demoraram para abrir o placar, aos 17min, com o meia Paulo Henrique, que anotou mais um, aos 31min.
Ao fim do primeiro tempo, o Santos ensaiava uma goleada histórica. Na etapa final, manteve o ritmo, mas parou em seus erros de finalização e nas boas defesas do goleiro Júlio César, destaque do Corinthians no clássico de ontem.
O único momento de sufoco santista aconteceu quando o Corinthians fez seu gol, com o zagueiro Renato, aos 6min da etapa final, aproveitando falha do goleiro Fábio Costa.
No entanto, de tanto insistir, o Santos marcou o terceiro, já aos 45min, com Madson, sozinho, na pequena área.


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