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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
O ataque de um homem só
NO AUGE da crise do
ataque do Flamengo,
em meio à decisão do
Estadual do Rio e à Copa do
Brasil, o técnico Cuca dizia
que só precisava haver paciência para que os gols voltassem a aparecer.
Esse tempo não vai longe e
você há de se lembrar dos gols
marcados por zagueiros, laterais e meias, que serviam de
munição para dizer que o ataque era nulo. Nulos eram os
centroavantes.
Pois a estreia de Adriano,
fato mais importante da rodada, produziu um comentário
inversamente proporcional
àqueles ouvidos durante a seca dos centroavantes. "Antônio Carlos fez o gol contra, por
causa da presença do Imperador, no seu encalço."
Por mais que uma coisa tenha, sim, a ver com a outra, o
certo seria dar mérito a Leonardo Moura, Ibson, Kleberson e Juan pelos gols que o time fazia, enquanto Josiel,
Obina e Émerson desperdiçavam oportunidades.
Nesse momento, antes do
anúncio da contratação de
Adriano, o técnico Cuca parecia ser o mais maduro:
"A melhor psicologia é trabalhar e treinar chutes a gol",
dizia o treinador. O risco agora é dizer que Adriano mudou
o jeito de o Flamengo atacar.
Não mudou. Durante todo o
ano, o Flamengo foi o time
brasileiro que atacou com o
maior número de jogadores.
Vai ao ataque com Leonardo
Moura, Juan, Ibson, Kleberson e com seus dois atacantes.
Ontem, contra o Atlético-
-PR, também teve Williams se
lançando como lateral. Toda
vez que o Flamengo tem pela
frente um adversário com um
atacante só, abre mão do terceiro beque e libera mais um
jogador para o ataque.
Adriano pode, no máximo,
mudar o jeito de o Flamengo
finalizar, como mostrou no
segundo gol. Sua estreia cria
também a expectativa de que
entre na briga pela artilharia.
É possível, não provável,
porque Adriano jamais foi artilheiro de campeonato nenhum e porque no São Paulo
não foi goleador do Paulistão.
É homem de 15 gols por
competição e essa expectativa
é reforçada pelo que fez há um
ano, com a camisa do Tricolor. Com Adriano, o Flamengo
seguirá sendo o mesmo time,
que ataca com sete. Não será o
ataque de um homem só.
Mesmo que esse homem possa ajudar a melhorar o índice
de finalizações da equipe.
OS RESERVAS
Mano Menezes escalou os
reservas, porque precisava.
Mas vai precisar de recuperação superior à que teve no
Grêmio, em 2007, ano em
que começou o Brasileiro
poupando titulares. Nas primeiras quatro rodadas, daquela vez, Mano fez seis pontos, dois a mais que hoje. E
terminou em sexto lugar.
A AFIRMAÇÃO
Paulo Henrique Ganso já
foi apontado como um jogador sem perspectiva no Santos. Cuca, por exemplo, passou pela Vila Belmiro sem jamais acreditar no futebol dele, em que o presidente Marcelo Teixeira apostava. Pois
o jogador é cada dia mais a
principal referência do
meio-de-campo do Santos.
O MEIA QUE FALTA
Se jogar sempre o que mostrou na partida contra o Cruzeiro,
ontem, no estádio do Morumbi, Marlos será o meia com que a
torcida do São Paulo sonha desde que Danilo deixou o clube,
três anos atrás. O ponto é que a maior qualidade do ex-jogador
do Coritiba não é a regularidade. Quando atuava pelo clube paranaense, uma grande partida de Marlos nem sempre teve bis.
A quem afirma que ontem o meia estava à vontade defendendo
sua nova equipe, a verdade é: estava motivado.
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