São Paulo, segunda-feira, 01 de junho de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

O ataque de um homem só

NO AUGE da crise do ataque do Flamengo, em meio à decisão do Estadual do Rio e à Copa do Brasil, o técnico Cuca dizia que só precisava haver paciência para que os gols voltassem a aparecer.
Esse tempo não vai longe e você há de se lembrar dos gols marcados por zagueiros, laterais e meias, que serviam de munição para dizer que o ataque era nulo. Nulos eram os centroavantes.
Pois a estreia de Adriano, fato mais importante da rodada, produziu um comentário inversamente proporcional àqueles ouvidos durante a seca dos centroavantes. "Antônio Carlos fez o gol contra, por causa da presença do Imperador, no seu encalço."
Por mais que uma coisa tenha, sim, a ver com a outra, o certo seria dar mérito a Leonardo Moura, Ibson, Kleberson e Juan pelos gols que o time fazia, enquanto Josiel, Obina e Émerson desperdiçavam oportunidades.
Nesse momento, antes do anúncio da contratação de Adriano, o técnico Cuca parecia ser o mais maduro:
"A melhor psicologia é trabalhar e treinar chutes a gol", dizia o treinador. O risco agora é dizer que Adriano mudou o jeito de o Flamengo atacar. Não mudou. Durante todo o ano, o Flamengo foi o time brasileiro que atacou com o maior número de jogadores. Vai ao ataque com Leonardo Moura, Juan, Ibson, Kleberson e com seus dois atacantes.
Ontem, contra o Atlético- -PR, também teve Williams se lançando como lateral. Toda vez que o Flamengo tem pela frente um adversário com um atacante só, abre mão do terceiro beque e libera mais um jogador para o ataque.
Adriano pode, no máximo, mudar o jeito de o Flamengo finalizar, como mostrou no segundo gol. Sua estreia cria também a expectativa de que entre na briga pela artilharia.
É possível, não provável, porque Adriano jamais foi artilheiro de campeonato nenhum e porque no São Paulo não foi goleador do Paulistão.
É homem de 15 gols por competição e essa expectativa é reforçada pelo que fez há um ano, com a camisa do Tricolor. Com Adriano, o Flamengo seguirá sendo o mesmo time, que ataca com sete. Não será o ataque de um homem só. Mesmo que esse homem possa ajudar a melhorar o índice de finalizações da equipe.


OS RESERVAS
Mano Menezes escalou os reservas, porque precisava. Mas vai precisar de recuperação superior à que teve no Grêmio, em 2007, ano em que começou o Brasileiro poupando titulares. Nas primeiras quatro rodadas, daquela vez, Mano fez seis pontos, dois a mais que hoje. E terminou em sexto lugar.

A AFIRMAÇÃO
Paulo Henrique Ganso já foi apontado como um jogador sem perspectiva no Santos. Cuca, por exemplo, passou pela Vila Belmiro sem jamais acreditar no futebol dele, em que o presidente Marcelo Teixeira apostava. Pois o jogador é cada dia mais a principal referência do meio-de-campo do Santos.
O MEIA QUE FALTA
Se jogar sempre o que mostrou na partida contra o Cruzeiro, ontem, no estádio do Morumbi, Marlos será o meia com que a torcida do São Paulo sonha desde que Danilo deixou o clube, três anos atrás. O ponto é que a maior qualidade do ex-jogador do Coritiba não é a regularidade. Quando atuava pelo clube paranaense, uma grande partida de Marlos nem sempre teve bis. A quem afirma que ontem o meia estava à vontade defendendo sua nova equipe, a verdade é: estava motivado.


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