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PT é pequeno nas sedes da Copa
Dos 23 governadores ou prefeitos hoje nas cidades escolhidas, só 3 são da sigla do presidente Lula
Tucanos e demos controlam
maior parte das principais
sedes; petistas sofrem com
queda de Belém na luta por
investimentos bilionários
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A oposição ao governo Lula e
o PMDB controlam hoje politicamente a maioria das cidades
escolhidas para sediar a Copa
do Mundo no Brasil, em 2014.
O PSDB tem três governadores e dois prefeitos no poder
nessas 12 capitais. O DEM conta com o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e o prefeito paulistano, Gilberto Kassab. O PMDB, da base
governista, mas sempre com
planos de voo solo e sem o mesmo nível de fidelidade de outras siglas aliadas a Lula, controla três Estados que vão estar
na Copa e três Prefeituras.
A representação do PT é bem
mais modesta e concentrada no
Nordeste, com o governador
baiano Jaques Wagner e os prefeitos João Paulo, de Recife, e
Luizianne Lins, de Fortaleza.
E a questão não é só pelo número de mandatos.
A oposição está no poder na
maioria das cidades que serão
as mais destacadas do Mundial,
recebendo os jogos mais importantes e outros investimentos da organização, como o comitê organizador e centros de
imprensa e transmissão.
Os tucanos estão no governo
dos dois Estados mais cotados
para abrigar o jogo de abertura
-Minas Gerais (com Aécio Neves) e São Paulo (José Serra).
Brasília, do demo Arruda, também corre por fora.
Desde já, as cidades que vão
abrigar a Copa projetam investimentos bilionários em infraestrutura, que, além de servir à competição, serão cartões-postais das administrações que
comandarão essas cidades até
2014, ano de eleições para presidente e governadores.
No ano passado, quando
Marta Suplicy comandava o
Ministério do Turismo, a pasta
divulgou projetos só de mobilidade urbana visando o Mundial
da ordem de R$ 38 bilhões.
Em questionários respondidos a pedido da Folha, a maioria esmagadora das cidades-candidatas dizem contar com
recursos federais para tocarem
suas obras de infraestrutura.
Mas não é só por estar fora
do poder nos principais Estados e Prefeituras do país que o
PT não terá papel de protagonista nesses anos de obras que
antecederão a Copa. A escolha
da Fifa preteriu cidades administradas pelo partido do presidente Lula. Se a eliminação de
Rio Branco -onde o PT tem o
controle da Prefeitura e do Estado-, já era esperada, a falta
de Belém entre as 12 indicadas
foi um golpe até para Lula.
O próprio presidente fez
lobby pela capital do Pará, Estado que tem a petista Ana Júlia Carepa como governadora.
Em encontro com Joseph Blatter, o presidente da Fifa, no começo do ano, Lula defendera a
candidatura da cidade.
Ontem, nas Bahamas, no
anúncio das vencedoras, o cartola fez menção indireta a Belém, dizendo, em tom quase de
lamentação, que a entidade só
podia escolher uma cidade da
Amazônia, e ela foi Manaus.
Dos 23 governadores e prefeitos hoje no poder nas cidades da Copa, 12 podem se reeleger para os seus cargos nas próximas eleições municipais, em
2012, e estaduais, em 2010.
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